Nesta terça-feira (28), em noite de despedida de Paulinho, Corinthians brilha em campo e garante classificação direta na Copa Sul-Americana
Não era uma noite qualquer. O clima em Itaquera era de decisão e também de despedida. Vivíamos um misto de sentimentos: a ansiedade e o nervosismo em busca da classificação e a tristeza de se despedir de Paulinho. No fim, 3 a 0 diante do Racing-URU com um futebol de encher os olhos e que garantiu a classificação direta às oitavas de final da Sul-Americana e um “até breve” à altura do ídolo.
A conquista da liderança do grupo veio com casa cheia, show de Garro e o tão esperado gol de Coronado. Yuri Alberto deixou mais um para a alegria das grávidas da família.
Foi um jogo agitado, onde mais uma vez o Coringão dominou as ações e não tomou conhecimento do adversário. Coronado, que recebeu chance no time titular, tratou de mostrar serviço. Na primeira grande oportunidade, o camisa 77 passou para Yuri Alberto vencer a marcação e fazer o goleiro trabalhar. Na sequência, falta para o Corinthians. Rodrigo Garro foi para a bola, e com categoria inaugurou o marcador.
Sabendo da importância de matar o jogo, o Coringão seguiu avassalador. Wesley saiu driblando, tocou para Yuri Alberto ampliar. 2 a 0.
Antes do intervalo tivemos uma baixa: Fagner sentiu lesão e deu lugar a Matheusinho. Os homens de frente ainda desperdiçaram uma chuva de gols. Coronado até balançou as redes, mas o lance foi anulado por impedimento.
Na segunda etapa, o milagre: o Corinthians manteve o ritmo e a pressão. Obrigada, Deus! Coronado seguia buscando seu gol, mas a bola insistia em não entrar. Mas de tanto insistir? Gol! E que gol senhoras e senhores! Uma pintura! O camisa 77 driblou 3 adversários e finalizou sem chances para Odriozola! 3 a 0!
O alvinegro seguiu perdendo gols. Raniele, Wesley, Bidon e nada. E com o resultado garantido, Antônio Oliveira mexeu na equipe. Numa dessas mexidas veio um dos momentos mais bonitos da história de um ídolo corintiano…
ATÉ BREVE…
A partida teve um sabor especial para a Fiel, que pode, da maneira correta, se despedir do ídolo Paulinho. Aos 31’ do segundo tempo, vestindo a camisa 18, Paulinho entrou na vaga de Breno Bidon. A torcida, que já vinha gritando seu nome ao longo da partida, foi à loucura. Carlos Miguel, que havia recebido a braçadeira de capitão de Fagner, cruzou o gramado e entregou a faixa para Paulinho.
Nessa hora, agarrada ao fone de ouvido onde ouvia a partida enquanto voltava do trabalho, fui às lágrimas. Que sorte a nossa de poder ter um cara tão foda vestindo e honrando nossa camisa. Um cara que sabe que o Corinthians mudou sua vida e declara isso aos quatro ventos.
Foi diferente, e graças aos Deuses do futebol foi com vitória. Ao soar do apito final, um dos maiores camisa 8 de nossa história foi às lágrimas enquanto agradecia a torcida que sempre o acolheu de canto em canto, na volta Olímpica, emocionado.
Depois, ajoelhou no gramado e foi acolhido por sua esposa.
“Não teria coisa melhor que sair desse maravilhoso ambiente, maravilhoso estádio, diante dessa torcida, que já falei diversas vezes e não vou cansar de repetir: é a melhor do mundo. É uma despedida no sentido de gratidão, é a palavra que vou utilizar dentro desse clube, da cultura corintiana. Gratidão pelo carinho, pelo respeito, pelo respeito e o amor, o respeito e a lealdade que eu tive nesses anos todos com a camisa do Corinthians e o torcedor. Eles sabem que tem um torcedor corintiano com o sangue corintiano”, declarou.
Sucesso, Paulinho! Até logo!
Por Mariana Alves
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo
