Coritiba e Athletico empatam no Couto Pereira neste domingo (18), em um duelo que completa cem anos de história
Sem vencedor. O placar entre Coritiba e Athletico ficou no empate em 1×1, na partida disputada neste domingo (18), no Couto Pereira, pela 10ª rodada do Campeonato Paranaense. Gonzalo Mastriani e Matheus Bianqui foram os autores dos tentos do clássico.
O embate, possivelmente um dos únicos do ano, carregava um clima melancólico. Além da proibição das torcidas organizadas de entrarem no estádio por conta da punição absurda imposta pelo MP-PR, o domingo amanheceu com uma notícia que pegou todos de surpresa: o falecimento do diretor de futebol do Coritiba, Júnior Chávare.
Após a notícia, a incerteza tomou conta: teria jogo? Teria clima para uma partida dessa relevância? A Federação Paranaense concedeu ao clube a opção de remarcar a partida, mas a resposta foi dada diretamente pelos atletas: não iriam adiar. Eles queriam jogar pelo Chávare. E assim foi.
O time entrou em campo com uma faixa escrita: Obrigada por tudo, Chávare. Antes do apito inicial, jogadores de Coritiba e Athletico fizeram um círculo no gramado e ficaram em silêncio. Nas arquibancadas, os torcedores presentes de ambos os clubes aplaudiram. Uma bela homenagem para quem dedicou boa parte da sua vida ao futebol, e nos últimos meses fez o seu trabalho com toda a competência e dedicação ao Coritiba.
O clássico centenário teve um clima melancólico, mas aconteceu. Dentro das quatro linhas, aquele embate digno de um confronto carregado de rivalidade: pegado, truncado. O Athletico chegou a abrir o placar com Gonzalo Mastriani, aos 23 minutos, mas o Coxa chegou ao empate no final da primeira etapa, em uma bela jogada trabalhada e finalizada por Matheus Bianqui.
Na segunda etapa, o Coritiba teve mais oportunidades, mas parou no goleiro Bento. O empate acabou sendo injusto, mas quem disse que existe justiça no futebol? Já dizia Samuel Rosa: “bola na trave não altera o placar”. E se não tem bola na rede, o jeito é aceitar.
Claro que teve os ingredientes de rivalidade, como provocações do treinador adversário à torcida. Mesmo em um clima de tristeza, era clássico, era AthleTIBA, e todos sabiam o peso disso. Mesmo sem as suas organizadas nos comandos das baterias, a torcida alviverde gritou a plenos pulmões. Os quase 25 mil presentes no início da noite de domingo no Major deram o seu melhor.
Parabenizo os atletas alviverdes pela entrega e pela dedicação. Mesmo abalados com a perda de um amigo, não se entregaram. A vitória não veio, mas cumpriram o que prometeram ao Chávare: raça.
Que nosso querido Júnior Chávare descanse em paz…
Por Viviane Mendes, coxa doida de coração.
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