No próximo sábado (9), acontecerão as Eleições no Santos Futebol Clube para o triênio 2024-2026. O clube, que atualmente não vive uma boa fase dentro e fora dos gramados, segue flertando com a série B no Brasileirão e no Paulistão nos últimos anos.
Para mudar o cenário santista, o próximo pleito será de extrema importância para a reestruturação alvinegra para 2024 e, com o intuito de contribuir na escolha do torcedor santista, mais uma vez o Portal Mulheres em Campo dá espaço para que os candidatos possam expor suas propostas em prol do Santos Futebol Clube.
O segundo candidato a apresentar suas ideias ao portal será Wladimir Mattos que terá Márcio Quixadá como vice-presidente.
Wladimir Mattos é administrador de empresas e também já fez parte de gestões de clubes da Baixada Santista, como no São Vicente, Portuguesa Santista e AD Guarujá. O candidato fez parte do Conselho Deliberativo do Santos Futebol Clube, nas eleições de 2014 e 2017.
Em suas propostas para o próximo triênio, Mattos buscará implantar uma gestão 100% profissional, tendo como prioridade o futebol, além de tirar do papel a nova arena e um novo CT para a base da equipe alvinegra. Saiba mais sobre essas e outras ideias da Chapa 2, denominada “Juntos pelo Santos”, acompanhando a entrevista na íntegra abaixo:
Como você enxerga o atual momento do Santos Futebol Clube?
WM: O clube se encontra em um momento bastante complicado. No financeiro, os dados passados nos mostram que há um gap bastante expressivo entre receitas e despesas que precisarão ser necessariamente cobertos por vendas de atletas. No aspecto esportivo, os números e, consequentemente, a campanha falam por si. Não acredito que haja um único santista satisfeito com o que tem visto.
Quais serão as principais formas de arrecadação do clube, visando tornar o Santos uma equipe competitiva novamente?
WM: Em 2024 será necessária uma bela engenharia financeira para melhorar nossas receitas e fazer frente às despesas recorrentes. Sabemos que a arrecadação somente irá melhorar se avançarmos nas competições que disputarmos, o que gerará uma receita maior nas premiações, bilheteria, bônus de patrocinadores e receitas adicionais de transmissão. Ainda assim, não deve ser suficiente para grandes investimentos em contratações, por isso precisamos ser assertivos em nossas escolhas e, claro, buscar parceiros interessados em nos ajudar com recursos para elas, algo que já estamos trabalhando.
Você é a favor da SAF? De que forma isso poderá contribuir para o processo de modernização do clube?
WM: Sabemos que em um ente associativo o crescimento orgânico das receitas se dá de forma lenta, por isso a SAF precisará se tornar realidade no Santos Futebol Clube, mas no momento certo. Ela irá gerar os investimentos necessários que irão garantir, não apenas a formação, mas, também, a manutenção de uma equipe de futebol relevante no cenário nacional e internacional. Antes dela, porém, nosso foco inicial estará voltado para a implantação de uma gestão profissional que garanta desempenho esportivo, a construção da Arena, tire do papel o Centro de Treinamento para a base e, finalmente, a reestruturação do programa Sócio Rei.
Como melhorar a valorização das joias do clube nas categorias de base? Quais os principais projetos para essa categoria?
WM: Primeiro de tudo, tornar as categorias de base uma unidade de negócio. Nesse processo estão inseridos a construção do Centro de Treinamento, o aumento da base da pirâmide na captação (futsal, escolas oficiais, relacionamento com outros clubes formadores, centros avançados de captação, etc.) e, principalmente, o investimento nas melhorias do processo de formação. Vamos melhorar o que precisa ser melhorado naquilo que foi feito nessa última gestão, o que a meu ver, teve vários pontos positivos.
Atualmente o Santos consegue “lotar” a Vila, mas não consegue faturar. Um exemplo é o jogo no qual o São Paulo foi mandante na Vila com valores bem expressivos e conseguiu lucrar o dobro. Aumentar os ingressos é uma solução? Isso afastaria o torcedor?
WM: Primeiro é preciso dizer que o SPFC não lucrou o dobro. Os valores utilizados no borderô levaram em conta o valor de face do ingresso, não necessariamente o valor pago pelos torcedores. Isso não justifica a necessidade de melhorarmos nossa arrecadação. Aumentar os valores do ingresso, por si só, poderia em um primeiro momento melhorar a arrecadação, mas é preciso pensar em outras formas de arrecadação no estádio (match day, hospitalidade, campanhas interativas com a torcida, etc.), mas tudo isso começa pela entrega desportiva em campo.
Qual a sua proposta para a resolução de um dos problemas que mais incomoda os torcedores santistas: as cadeiras cativas vazias na Vila?
WM: Diálogo com os arrendatários ou proprietários. É preciso construir um modelo que os incentivem a ceder as cadeiras em dias que não possam frequentar o estádio. Existem vários modelos praticados mundo afora que podem ser utilizados no clube, como por exemplo, transferir parte do valor dos ingressos para crédito do arrendatário/associado.
Muitos sócios reclamam que o programa de Sócio Rei não possui muitos benefícios. Quais as principais ideias de mudanças em benefícios aos sócios que a chapa possui?
WM: Vamos aumentar o número de categorias, diferenciando frequentadores assíduos, simpatizantes de outras regiões, mulheres e crianças. Melhorar o atendimento. Mudar o critério de rating que será baseado no consumo, seja de ingressos ou produtos, ambos com o mesmo peso, ‘cashback’ e outras ações visando não apenas manter, mas atrair novos associados.
Diversos problemas estão ocorrendo em relação a próprios sócios serem cambistas. O que fazer para coibir essa prática?
WM: Estamos estudando fórmulas para combater de forma assertiva o cambismo, mas tudo se inicia na manutenção de uma boa base de dados de associados e seus hábitos de consumo.
Quais critérios serão usados para definir os membros do CG?
WM: Serão todos profissionais com experiência administrativa e, acima de tudo, santistas dos quatro costados. A escolha será feita após a eleição em conjunto com os conselheiros eleitos.
O que você pensa sobre a polêmica dos jogos em São Paulo? É a favor da construção da arena em Santos? Acredita que seria viável a construção de uma arena em São Paulo como parte da torcida deseja?
WM: A Arena é um dos pilares de sustentação de um projeto esportivo forte. A negociação com a WTorre prosseguirá com responsabilidade e senso de urgência, mas sem perder de vistas os interesses do clube, associados e torcedores. Não vejo neste momento nenhuma possibilidade de construção em um outro local que não seja a Vila Belmiro.
Em relação ao futebol feminino, a equipe se classificou para que em 2024 volte a jogar a Libertadores. As Sereias da Vila também terão prioridade na gestão? Quais seus principais planos para a modalidade?
WM: O futebol feminino será tratado com o respeito e carinho que merece. Elas precisam de uma estrutura melhor para treinamentos e jogos. Precisamos pensar em trazer nossa base para perto de nós, oferecer condições mínimas de moradia, atendimento médico, assistencial e educacional. Precisamos devolver o protagonismo que já existiu no clube em relação ao futebol feminino e isso também será nossa prioridade.
Destaque pontos propostos pela chapa que considere importante para a decisão do torcedor nessas eleições
WM: Nosso compromisso com a gestão 100% profissional, tanto institucional como estatutariamente. Precisamos aprimorar o funcionamento do CG, implantar a Diretoria Executiva, estabelecer um modelo de jogo que sirva a todas as categorias, da base ao profissional, garantindo contratações assertivas, elencos equilibrados e custos sob controle. Precisamos da Arena, de transformar a base em uma unidade de negócio, de encorpar o quadro associativo e, principalmente, recuperar o protagonismo do futebol.
Deixe um recado aos sócios torcedores do clube.
WM: Nossa chapa representa um contraponto a um modelo de administração que está ultrapassado. Queremos implantar a cultura da gestão profissional, estatutária, que não mude a cada novo dirigente. Que tenha metas e cobre resultados e que acima de tudo garanta o crescimento constante da marca Santos Futebol Clube, com desempenho esportivo à altura de sua história e tradição. Se queremos um Santos Futebol Clube melhor, a opção está posta: Chapa 2, Juntos pelo Santos FC, com Wladimir Mattos e Márcio Quixadá.
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.