TRAGÉDIA DA FONTE NOVA COMPLETA 16 ANOS


Há exatos 16 anos, acontecia a maior tragédia do futebol baiano e uma das maiores do futebol brasileiro.

Foto: Eduardo Martins

No dia 25 de novembro de 2007, depois de uma disputa duríssima na Série C, o Bahia lutou para conseguir o acesso na Série B. Na grande final, contra o Vila Nova, havia cerca de 60 mil torcedores, mais 40 mil do lado de fora sem ingresso. A diretoria Tricolor colocou um trio elétrico com alguns artistas e radialistas narrando o jogo. Foi uma grande festa dentro e fora da Fonte Nova.

Porém, em meio à alegria do acesso à Série B, veio a tristeza para milhares de tricolores, principalmente para as sete famílias que perderam entes queridos. Por volta dos 35’ do 2T, milhares de torcedores comemoram o empate pelo acesso, quando começou uma grande correria no anel superior, onde ficava a Torcida Organizada Bamor. A princípio, uns falaram que era alguma confusão, mas outras pessoas desesperadas falaram que a Fonte Nova estava desabando, ocasionando o desespero geral; muitas pessoas foram pisoteadas e feridas.

Em meia confusão, foi confirmado que realmente uma parte da arquibancada tinha cedido e algumas pessoas caíram de uma altura com cerca de 30 metros. Três pessoas ficaram feridas e sete faleceram. Muitos torcedores não souberam do ocorrido e continuaram as comemorações, alguns até entraram em campo para comemorar com jogadores, enquanto outros corriam para socorrer os feridos.

Em seguida, a polícia isolou a área interna e externa do acidente, muitas ambulâncias chegaram ao mesmo tempo, familiares já tinham chegado ao local, um tremendo desespero para todos, até desconhecidos ficaram arrasados e deram suporte a quem precisava. Um dia de festa que se tornou um grande luto para a Nação Tricolor e para o futebol brasileiro. Dezenas de pessoas caíram. Sete delas morreram: Márcia Santos Cruz, Jadson Celestino Araújo Silva, Milena Vasquez Palmeira, Djalma Lima Santos, Anísio Marques Neto, Midiã Andrade Santos e Joselito Lima Jr.

Foto: Divulgação ECBahia

Quase duas décadas depois daquela “tragédia anunciada”, o caso segue sem punições para os supostos culpados. Ninguém foi responsabilizado criminalmente pela morte das sete pessoas. Denunciados pelo Ministério Público da Bahia por homicídio culposo e lesão corporal de natureza culposa, o ex-jogador Raimundo Nonato Tavares, o Bobô, na época diretor geral da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb) – e o engenheiro Nilo dos Santos Júnior, diretor-geral e diretor de Operações da Sudesb à época, respectivamente, foram absolvidos pela justiça. Naquele ano de 2007, um relatório elaborado pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquiteturas e Engenharia (Sinaenco) apontou o estádio como o pior do país entre 29 avaliados.

Às famílias das vítimas, foi oferecida indenização de cerca de R$ 25 mil, além de pensão vitalícia no valor de um salário mínimo. Enquanto isso, as sete famílias enlutadas seguem na tristeza da ausência dos seus entes queridos e pela indignação da situação ser tratada com descaso.

Foto: Jornal A Tarde

Anualmente o Esporte Clube Bahia posta homenagem àqueles que tiveram suas vidas ceifadas. “Duas estrelas no peito e sete no céu”. Assim como tem seus nomes cravados em um pedaço de concreto da antiga Fonte Nova, na entrada da atual Arena, assim como no CT Evaristo e Macedo. 

Foto: Divulgação ECBahia

Meus pêsames eternos a famílias enlutadas! 

Por Thamires Barbosa

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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