Em solo Uruguaio, Fortaleza perde a chance de ser campeão nos pênaltis para a LDU
Saudações à torcida tricolor e aos leitores que acompanham o Portal Mulheres em Campo!
O momento é difícil, uma sensação de “quase”, de pensar muitos e muitos “e se…”. Mas a realidade é que isso são coisas que só o futebol sabe nos explicar. Neste sábado (28), em Punta del Este, no Uruguai, após empate no tempo normal em 1 a 1, o Fortaleza foi batido pela LDU na grande final da Sul-Americana, nos pênaltis.
O futebol muitas vezes é injusto, e o jogo da tarde deste sábado mostrou isso para nós. Mas, é justo falar que o Fortaleza é hoje um clube melhor e mais forte do que era há uma década. Principalmente mais forte, mais organizado, até mais saudável para o futebol brasileiro do que muitos rivais de camisas consideradas mais pesadas. Porque cresceu, ano após ano, dando continuidade ao ótimo trabalho de Vojvoda e acreditando em seus atletas.
O JOGO
A equipe de Vojvoda fez uma primeira etapa equilibrada, e com os gritos vindo das arquibancadas, os jogadores buscavam corresponder em campo, mas isso só desenrolou mesmo no segundo tempo.
Em dobradinha argentina, Pochettino cruzou pela direita, Lucero se antecipou à zaga e empurrou pro fundo das redes, explodindo a torcida tricolor presente em peso no Uruguai. Entretanto, a alegria dos torcedores tricolores durou apenas oito minutos. Maurício Martínez lançou Alzugaray na direita, que ganhou de Tinga, cortou dois marcadores e bateu forte para vencer João Ricardo e marcar um golaço, empatando a partida.
Após os gols, ambos os times não se lançavam muito ao ataque e a final ficou marcada pela apreensão e ansiedade de todos os presentes no estádio, que se estenderam à prorrogação.
A primeira etapa da prorrogação foi de domínio da equipe comandada por Luis Zubeldía. A LDU se manteve mais no ataque, cresceu na partida e chegou a levar perigo à equipe cearense, porém, pecou no momento da finalização.
Na etapa final, o zagueiro Titi, do Fortaleza, se lesionou, mas se manteve em campo, pois o técnico Vojvoda já havia realizado todas as seis substituições possíveis. Com isso, os minutos finais foram de drama total para a torcida do Leão. O tricolor cearense segurou o resultado e levou a decisão para as penalidades.
Galhardo, Pikachu e Tinga balançaram as redes e aumentaram o volume nas arquibancadas. Dominguez silenciou com a defesa das duas últimas cobranças: Pedro Augusto e Brítez.
Nem é possível dizer que o Fortaleza foi melhor do que a LDU nos 120 minutos de futebol que precederam a disputa por pênaltis que decidiu a Copa Sul-Americana. O jogo foi equilibrado por 60 a 70 minutos, mas coisas são decididas no detalhe.
Apesar do título perdido, o torcedor do ‘Laion’ tem muito que comemorar e sair orgulhoso. O Fortaleza passou 8 anos seguidos sofrendo na Série C, em 2017 finalmente conseguiu o acesso e em 2018 foi campeão da Série B. Desde então conseguiu construir uma consolidação entre os times competitivos do Brasil, sendo semifinalista da Copa do Brasil, 4º colocado no Brasileirão, chegando às oitavas da Libertadores, sendo campeão da Copa do Nordeste e pentacampeão estadual.
E isso não se apagará, nem mesmo com a chance perdida de levantar o caneco. O Fortaleza não é um sopro, é um projeto consistente e sólido.
Aos jogadores, não podemos criticar vocês e nem procurar culpados. E muito menos criar vilões, que propriamente nunca tiveram essa predisposição. A taça deveria ter vindo, era o que o time merecia, mas as lições mostradas pelo Leão no ano são tão importantes quanto o título. Vocês sabem disso.
À torcida, sem vocês nada disso teria existido! Vocês pintaram as ruas de Punta Del Este de azul, vermelho e branco a semana inteira, em todos os lugares. Vocês viajaram de carro, moto, avião, fizeram escalas pelo Brasil. Esgotaram as primeiras vendas de ingressos em 16 minutos. No estádio, vocês cantaram com toda paixão, entendendo que aquele era o jogo da vida para o Fortaleza. Os sons das arquibancadas ecoavam e traziam combustíveis aos 11 guerreiros em campo.
Agora, é momento de levantar a cabeça, seguir firme com o projeto, para voltar mais forte.
Por Thayná Carvalho
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo