A EMOÇÃO VIVA DE UMA NOITE DE LIBERTADORES


No Maracanã, o Clube do Povo viveu 100 minutos de intensidade, loucura, Libertadores e sua própria imensidão de sentimentos

Foto: Ricardo Duarte/ SC Internacional 

Fora de casa, em um Maracanã lotado, contra um dos 4 melhores times da América, em busca do seu lugar entre os 2, o Colorado de Eduardo Coudet viveu uma noite cheia de emoções, de sentimentos e dos cenários imagináveis aos que nem ousavam passar pela cabeça. 

Ninguém chega à uma semifinal de graça. Sendo assim, a importância de se entender e respeitar o adversário é e deve ser pauta, dito isso, creio que se perguntassem a 95% dos torcedores antes do jogo se seria um bom negócio um 2 a 2, a concordância seria unânime. No entanto, ainda que o empate seja de um tamanho gigantesco ao Colorado, os requintes de como aconteceram amargam o sabor do resultado. 

O Internacional que foi à campo trouxe consigo na postura e audácia a virada contra o River Plate, a vitória na altitude e o delírio de Chacho. Uma espécie de loucura embalada aos gritos de um treinador que respira viver cada centímetro de campo e Coudet, em uma simples troca no elenco, mostrou o porquê nem sempre ou quase nunca as escolhas lógicas escrevem as histórias certas. 

Foto: Ricardo Duarte/ SC Internacional 

Aos 10 minutos, depois de um já gol impedido marcado por Valência, o Fluminense de Germán Cano precisou de um toque do argentino para abrir o placar. Ali, o respiro profundo de treinador e jogadores Alvirrubros precisou pôr de volta aos eixos a cabeça de cada um. 

Na frente, o Tricolor das Laranjeiras tentou se impor. Talvez por um embalo de quem muito disse que golearia facilmente o Internacional, o time de Diniz deixou de levar em conta Chino Rochet e a importância de suas defesas nesta própria Copa, e foi do camisa 33 a defesa que direcionou o jogo: no um a um com Keno, venceu Rochet. 

O Inter foi tomando espaço e consciência do jogo adversário, e assim foi chegando mais próximo de deixar tudo igual. Já no fim da primeira etapa, um bocado de redenção vindo de Renê, que havia errado grosseiramente no gol adversário: desta vez, o cruzamento do lateral-esquerdo encontrou o espanhol Hugo Mallo, que marcou aos 49’.

Para o segundo tempo, Johnny, que havia sido amarelado no primeiro tempo, foi substituído por Rômulo e a postura Colorada voltou com certo domínio. Com a bola grudada de pé em pé Alvirrubro, fomos chegando e, aos 10 minutos, com gol de Gabriel Mercado, chegamos a virar o jogo, mas a gente precisa lembrar de que quando se fala de Inter, as coisas nunca são tão simples e que ainda haveria muita emoção para rolar. O VAR verificou, catou, procurou e viu um toque da bola na mão do zagueiro, que invalidou o gol. 

Oito minutos mais tarde, Alan Patrick gentilmente chamou Marcelo para dançar e, em meio a um passo e outro, o tricolor teve que juntar sua dignidade enquanto via o capitão Colorado correr rumo ao abraço dos companheiros. Assim, em um golaço, o camisa 10 deixou o Clube do Povo na frente. 

Parecia fácil e seria justo, mas dizem que não há graça sem grandes emoções e seria desleal não falar sobre o artilheiro do time carioca que, perspicaz como somente são os grandes jogadores, se esticou para alcançar o pé em uma bola que parecia perdida e vencer Rochet. Aos 33 minutos, Germán Cano outra vez marcou e desenhou o placar final da partida. 

O 2 a 2 deixou um gosto com um certo azedume, mas que logo foi dissipado. O resultado foi um empate com emoções, com altos e baixos e que deixa vivo um Clube do Povo, que tem dentro de casa a sintonia da loucura e do amor que urge das arquibancadas, e é magistralmente conduzido por um argentino enlouquecido à beira do gramado, por um camisa 10 técnico e absoluto e por uma equipe embalada na mesma batida do coração.

Na casa do Colorado, Diniz e seu Fluminense terão que de enfrentar o Saci e toda sua gente.

Por Jéssica Salini

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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