NEM GABRIEL JESUS OPEROU O MILAGRE NA PÁSCOA


Arsenal fica no empate em Anfield e vê Manchester City se aproximar da liderança 

Foto: Stuart MacFarlane

Uma tarde que tinha tudo para ser diferente e que poderia ser coroada com a quebra de um tabu histórico acabou com o Arsenal amargando um doloroso empate em 2×2 contra o Liverpool, em Anfield. Os Gunners, que não vencem na casa dos Reds há 10 anos, vão para mais uma temporada com este fantasma os perseguindo. O que faltou ao time de Mikel Arteta para desbancar a equipe de Klopp fora de casa? 

No clássico deste domingo (9), os Gunners foram a campo com seu time quase completo, exceto pelo zagueiro Saliba, que ficou fora por uma lesão nas costas. O time precisava conquistar os 3 pontos para manter a distância do Manchester City e também enterrar de vez, um tabu, que se perpetuava por temporadas! O maior medo que pairava sobre os torcedores era como os jovens jogadores iriam se portar em campo, principalmente pela atmosfera que tem Anfield. 

Sem dúvidas, um dos times mais difíceis de se enfrentar no campeonato inglês é o Liverpool. Não importa a fase do time, a torcida dos Reds tem um peso muito forte e pode influenciar muito os jogadores e a trajetória de uma partida. O clima de Anfield é diferente dos demais estádios e isso fica evidente, principalmente em clássicos. E foi este clima que levou o jogo a um desfecho, que no fim, acabou sendo positivo para a equipe de Klopp. 

Os 30 minutos iniciais do duelo foram de um Arsenal que não cedeu à pressão do adversário, e se impôs rapidamente colocando seu estilo de jogo. Isto resultou em várias chances dos Gunners e o gol não demorou muito para sair. Aos 8 minutos, Martinelli balançou as redes de Alisson e levou a torcida do canhão londrino à loucura. Seria o início do fim do tabu? 

Com o primeiro gol, o Liverpool chegou a assustar num lance logo em seguida, mas isso não intimidou o Arsenal. Depois de um cruzamento de Martinelli, Jesus de cabeça fez o segundo gol dos Gunners aos 28 minutos. Parecia um sonho, um sonho este que nenhum torcedor queria que acabasse. O atual líder do campeonato inglês desfilava em campo seu lindo futebol e não deixava sequer os donos da casa tocarem na bola. Mas tudo mudou nos minutos finais do primeiro tempo, quando Xhaka e Alexander Arnold se desentenderam na beirada do campo. Isso fez a torcida dos Reds, que estava até aquele momento quieta, inflamar e começar a cantar e gritar. 

O ânimo dos jogadores do Liverpool em campo aumentou e contribuiu para desencadear o gol do Liverpool logo em seguida, com Mohamed Salah. A partida estava aberta no segundo tempo, tudo que Arteta não queria. 

Besta fomos nós em achar que o Arsenal voltaria para o segundo tempo com a mesma postura do primeiro. O que vimos foi um time completamente perdido e entregue em Anfield. Um time que não conseguia segurar a bola, que perdeu o domínio do meio de campo e viu os donos da casa crescerem a cada minuto e sufocarem a defesa adversária, sem tempo para respirar. 

Mohamed Salah perdeu um pênalti aos 54 minutos, o que foi inacreditável… mas mesmo assim, os Reds não diminuíram o ritmo. Substituição atrás de substituição, Klopp acertou nelas, já Arteta errou e influenciou diretamente no resultado final do clássico. Eram defesas de Ramsdale, contra-ataques sem eficiência do Arsenal logo depois, chances desperdiçadas, era um grande jogo que a Premier League estava nos proporcionando.

O confronto estava se encaminhando para os minutos finais, o Arsenal parecia que conseguiria segurar a vitória, mas até que aos 87 minutos, após cruzamento magistral de Alexander Arnold, Firmino, sozinho, de cabeça, fez o gol de empate do Liverpool. Sim, ele… o carrasco dos Gunners, o brasileiro que sempre adora fazer gol contra o time vermelho de Londres, o pai do Arsenal (rindo para não chorar). 

E quem disse que parou? Os acréscimos finais foi um teste cardíaco para ambas as torcidas. Duas defesas milagrosas de Ramsdale dentro da área que ninguém explica e no lance final, um contra ataque do Arsenal. Martinelli, Trossard e Saka. Era só o Martinelli acertar o passe para o Saka que o deixaria sozinho na frente do gol com o Alisson… mas o brasileiro se precipitou e o chute foi muito forte, não permitindo que o ponta inglês chegasse a tempo. Era o último respiro dos Gunners no confronto, fim da partida, 2×2!

Para quem sempre era um saco de pancadas em Anfield, levava goleadas e vexames históricos, um empate não é de todo mal. O próprio Manchester City perdeu por 1×0 para os Reds no início do campeonato. Mas por outro lado, quando você compete com um craque nos pontos corridos que é Pep Guardiola e com um time que tem um extraterrestre no ataque e que já tem 30 gols no torneio, Haaland, você não pode dar chances para o azar. Estava 2×0 e o Arsenal deixou o Liverpool empatar. Aliás, se não fosse uma tarde inspirada de Ramsdale, se tornaria uma derrota. 

O tabu não foi quebrado e este jogo não será esquecido por um bom tempo. Agora é torcer para que este placar não influencie na reta final. A corrida pelo campeonato ainda continua e faltam 8 rodadas para conhecermos o grande campeão. E aí, quem será?

COME ON YOU GUNNERS!

Por Juliana Yamamoto

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo


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