Em jogo emocionante, Arsenal sai atrás do placar e busca resultado em casa
Haja coração torcedores! Difícil não ter sofrido, chorado, gritado ou pulado durante o confronto desta rodada. Foi um baita teste cardíaco, que veja bem… esperamos não passar de novo. Neste sábado (4), o Arsenal venceu de virada o Bournemouth por 3×2 em casa. Os gols foram de Billing, Senesi, Partey, White e Nelson.
A escalação contou com algumas mudanças em relação aos dois últimos jogos. Arteta decidiu rodar o time e dar chance a alguns jogadores. O time em campo foi: Ramsdale; Tomiyasu, Saliba, Magalhães, Zinchenko, Partey, Vieira, Odegaard, Saka, Martinelli e Trossard. No banco, tivemos a volta de Nelson e a ausência de Nketiah que sentiu o tornozelo e foi poupado.
Pelo lado do rival, O’Neil apostou nos seguintes jogadores: Neto; Adam Smith, Mepham, Jack Stephens, Marcos Senesi e Jordan Zemura, Outtara, Billing; Semenyo e Solanke.
Mal deu tempo de se preparar para assistir o jogo… saiu o gol do Bournemouth aos 9 segundos, sim aos 9 SEGUNDOS. Em jogada ensaiada, Billing recebeu a bola num cruzamento e balançou as redes. Nem o torcedor mais pessimista imaginava um resultado parcialmente negativo logo no início do primeiro tempo.
Os donos da casa reagiram logo em seguida com chute de Odegaard e uma bela defesa de Neto. O restante do primeiro tempo foi dos jogadores do Arsenal rondando a defesa adversária, mas sem levar muitos sustos. Faltava objetividade. O Bournemouth teve uma chance de ampliar aos 19’ com Ouattara, mas Aaron Ramsdale fez um milagre para impedir o segundo gol da equipe.
Um dos principais pontos negativos no primeiro tempo foi Takehiro Tomiyasu. O japonês foi titular no lugar de Ben White e os 45 minutos iniciais foram muito abaixo do esperado. O treinador espanhol não esperou muito e o substituiu no início do 2 tempo. A saída de Trossard ainda no primeiro tempo, com uma possível lesão, também tornou-se preocupante, visando o restante da temporada.
No segundo tempo, o Arsenal entrou com uma nova postura, disposto a buscar o empate e a virada. Nos primeiros minutos, os Gunners tiveram algumas oportunidades mas pararam em boas defesas de Neto. Só que tudo parecia que iria por água abaixo aos 57 minutos, quando Senesi marcou o segundo gol para os visitantes, após escanteio cobrado por Rothwell.
Faltava mais de meia hora para o fim do jogo, mas era difícil imaginar o Arsenal reverter o resultado. Os jovens jogadores teriam mentalidade para ir em busca do placar? Estar perdendo de 2 gols de diferença para o vice lanterna do campeonato, com a pior defesa e ainda jogando em casa… era inadmissível! Ainda mais para quem está no topo da Premier League e brigando rodada por rodada pelo título. Quem quer ser campeão, não pode desperdiçar pontos contra times que estão na zona de rebaixamento e brigando para não cair.
O que vimos foi um Arsenal que não desistiu até o último segundo e acreditou na força do elenco e da atmosfera da torcida em busca da virada, e ela veio. Aos 62’ o volante Partey recebeu um passe de Smith Rowe dentro da área e chutou direto para o fundo do gol. Era o início da “redenção” dos Gunners.
Logo após o primeiro gol, Arteta fez a segunda substituição dos Gunners com a entrada de Reiss Nelson no lugar de Smith Rowe. O camisa 10 teve uma partida tímida e não contribuiu muito no ataque, tirando a assistência para o primeiro gol. O inglês ainda está voltando de lesão e sem ritmo de jogo, o que contribuiu para o seu fraco desempenho. Nelson, em seu primeiro lance, cruzou a bola dentro da área para Ben White que chutou forte e não deu chances para o goleiro. Aos 70 minutos veio o empate do Arsenal.
O canhão de Londres tinha mais de 20 minutos para buscar a virada. O time “acampou” na defesa adversária, mas a redonda parecia não querer entrar. Era bola na trave, chute fora da área que desviava em zagueiro, defesas do Neto… tudo encaminhava para um empate. Um empate com gosto de derrota para os donos da casa. Durante os lances, tiveram 2 possíveis pênaltis não marcados pelo juiz. Em ambos os casos, houve toque de mão dos defensores do Bournemouth.
O tempo ia passando e o resultado do empate era cada vez mais real. Os jogadores do Canhão, entretanto, mostraram que não iam desistir e iriam lutar até o último minuto… e lutaram! Aos 97 minutos, após uma cobrança de escanteio, a bola acabou sobrando nos pés de Nelson, que num chute forte estremeceu as redes do Bournemouth e levou o Emirates Stadium ao delírio. Era o gol da virada, era o gol dos 3 pontos, do líder do campeonato. Um final de jogo emocionante!
O Arsenal contou com um dia brilhante de Reiss Nelson. O jovem saiu do banco para ser protagonista da partida. Aaron Ramsdale também merece menção. Sem suas defesas milagrosas, o resultado seria outro. Ben White fez grande partida e mostrou porque é o titular absoluto da posição.
Mesmo com um resultado muito importante e a distância para o Manchester City permanecer em 5 pontos, o sinal de alerta do Arsenal está ligado. Tomar 2 gols do penúltimo colocado do campeonato, sendo um gol aos 9 segundos de jogo, não tem que acontecer. Em partidas assim, ainda mais jogando em casa, não pode dar sopa para o azar. Era obrigação vencer, mas não foi de uma forma tranquila como imaginávamos. Contra o Aston Villa, um time melhor, o Arsenal também sofreu para ganhar e foi de virada, nos acréscimos. Entretanto, nem todas as partidas teremos estas oportunidades e é importante não passar sufoco e definir o resultado antes dos minutos finais.
Em entrevista pós jogo, Nelson comentou sobre a atmosfera do Emirates e o apoio da torcida mesmo com a derrota parcial:
“Acho que o estádio está com essa atmosfera e esse apoio incondicional desde o início da temporada. Claro, quando você marca um gol no final como esse, todos ficam envolvidos. É incrível comemorar com os torcedores e o apoio que recebemos, então espero que possamos continuar assim nos próximos jogos.”
Essa emocionante vitória ajudou o Arsenal a chegar a 63 pontos na Premier League. O próximo compromisso dos Gunners é na quinta-feira (9), onde encara o Sporting nas oitavas de final da Europa League.
Ganhar é bom, mas de virada é mais gostoso e no último lance da partida? É ainda melhor. Desistir não é uma opção para esses garotos. O gol da virada veio de um jovem, do futuro, cria do Arsenal, cria de Hale End. Como dizia Arsene Wenger: we don’t sign superstars, we make them.
COME ON YOU GUNNERS!
Por Juliana Yamamoto
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.
