Clássico eletrizante termina empatado na Neo Química Arena
É como disse Lima Duarte: a senhora não sabe o que é um Palmeiras e Corinthians. O clássico entre alvinegros e alviverdes é um campeonato à parte, seja qual for a circunstância e a competição. E podemos dizer que o duelo da noite chuvosa de quinta-feira (16), no pré carnaval, em Itaquera, foi digno da grandeza do Dérbi. 2 a 2 no placar de um jogo que testou o coração dos torcedores.
Na hora da partida, o mundo resolveu cair em Itaquera, o que não diminuiu o ímpeto dos mais de 45 mil presentes, recorde na temporada. Embalado pela Fiel, o Corinthians dominou a primeira etapa e só não fez mais, ou pela gigante partida de Weverton, ou pelas poças d’água.
Fernando Lázaro foi ousado, mudou o meio de campo e foi para cima do rival. Em um desarme, Renato Augusto encontrou Róger Guedes livre, e o camisa 10 fez o que sabe fazer de melhor: gol em time verde! 1 a 0, Corinthians.
A chuva apertou, o VAR teve pane, mas dentro de campo os goleiros se sobressaíram. Cássio fez duas boas defesas e Weverton não deixou por menos. Sabe aquele lance que faz ecoar o “uuuuuuuu”? Foi o que aconteceu quando Adson escorou de cabeça e Renato mandou a bomba. Melhor para o goleiro rival, que defesa. No escanteio, mais uma bola venenosa, desta vez de Giuliano. Outra defesa de Weverton.
O primeiro tempo não diminuiu a intensidade. Era aquilo: não dá tempo de ir ao banheiro. Em um lance bizarro, Murilo mandou contra o próprio patrimônio. A redonda tinha endereço certo, mas era o dia de Weverton, que de carrinho evitou o segundo gol do Coringão.
Melhor no jogo, o Corinthians fez o que faz de melhor: fazer o torcedor passar raiva. Gil dormiu no ponto, e Bruno Méndez nem sabia quem era ele. Rony, que não tinha nada a ver com a história, desviou de cabeça e, com a ajuda da trave, venceu Cássio. 1 a 1.
No segundo tempo, Lázaro promoveu a mudança mais inútil da terra: tirou Adson e promoveu a entrada do péssimo Romero. O camisa 11, para variar, não fez nada em campo. Do outro lado, o rival começou melhor, passou a rondar a área alvinegra e logo virou a partida. E adivinhem? de novo em erro de Gil e gol de Rony. Isso mesmo, o pequeno Rony venceu UM HOMEM DE QUASE 2M E ESCOROU PARA O GOL DE CABEÇA! 2 a 1, para desespero do torcedor.
O Coringão sentiu o gol e os erros foram seguidos. A porcada chegou a pedir pênalti de Fábio Santos, mas a arbitragem, graças a Deus, mandou seguir. Gabriel Menino e Endrick fizeram um furdunço na zaga alvinegra. Quando Fagner procurava o jovem de 16 anos, já era tarde. Aos poucos, o Corinthians reequilibrou o jogo. Renato e Roger Guedes fizeram Weverton trabalhar.
O nervosismo aumentou, e quem até então era vilão, virou herói. Em cobrança de escanteio, Gil se redimiu, venceu Weverton e igualou o marcador, 2 a 2.
O gol ressuscitou o Corinthians que, empurrado pelo torcedor, buscou o terceiro gol. Mas ficamos mesmo no empate.
Foi um jogão. Fernando Lázaro mostrou a cara do Corinthians e merecia a vitória. Mas teve a má sorte de mais um duelo apagado de Yuri Alberto e claro, a inutilidade de Romero. Fábio Santos joga uma barbaridade em Itaquera, e por vezes salvou Fagner das investidas dos Moleques da Barra Funda. Gil foi do inferno ao céu, mas mesmo com o gol, não pode JAMAIS deixar subir na área como fez. Cadê os treinos de bola parada?
Fica a sensação de que deveríamos ter matado o jogo na primeira etapa… da mesma forma que temos a certeza de que nenhum clássico é maior e mais emocionante que o Dérbi.
Por Mariana Alves
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