Quando soar o apito pela última vez no estádio Lusail, no domingo (18), no duelo entre França e Argentina, uma das seleções sairá de campo como Tricampeã Mundial. Os Azuis defendem o título conquistado em 2018, tendo como aliado a força de seu elenco multiétnico, que mistura experiência e juventude, talento e raça.
Assim como foi na conquista do Bicampeonato, na Rússia em 2018, 19 atletas tem dupla nacionalidade, sendo que três destes jogadores, nasceram fora dos domínios da França: Eduardo Camavinga, da Angola, Steve Mandanda, da República Democrática do Congo, e Marcus Thuram, da Itália.
Dentro desta pluralidade francesa estão dois atletas de origem distinta, de gerações diferentes, mas que lutam pelo mesmo ideal: o título. Um é o capitão e está em seu 4º Mundial, sendo unanimidade no gol francês: Lloris. O outro é o homem da velocidade, o cara dos recordes e que até poderia ter escolhido representar a seleção de Camarões, país de origem de seu pai, mas preferiu desde cedo trilhar uma história de glórias com os Bleus: Mbappé.
Em Nice, no dia 26 de dezembro de 1986, nasceu o paredão francês, Hugo Hadrien Dominique Lloris. Filho de um banqueiro e de uma advogada, Lloris começou sua carreira no time local, o Nice, passou pelo Lyon e em 2012, chegou ao Tottenham, da Inglaterra. O arqueiro chega ao seu 4º mundial, com consistência defensiva, a confiança do técnico Didier Deschamps e a possibilidade de se tornar o primeiro capitão a erguer a taça de campeão do Mundo duas vezes seguidas.
A primeira copa de Lloris foi disputada em 2010, e em 2022, o arqueiro pode se isolar como o goleiro que mais vezes atuou por uma seleção em Copas. No duelo contra o Marrocos, pelas semifinais, o francês superou as marcas do compatriota, Sepp Maier, e o brasileiro Taffarel, que somam 18 jogos cada um.
12 anos depois do nascimento de Lloris, também no mês de dezembro, chegou ao mundo a maior promessa e atual estrela dos Bleus: Kylian Sanmi Mbappé Lottin. Filho de um camaronês e uma argelina, Mbappé nasceu em Paris, em 1998 e iniciou sua carreira no Mônaco, aos 16 anos. Pouco tempo depois, o jovem fechou sua transferência milionária para o rival PSG, onde está até hoje, tendo conquistado três títulos do Campeonato Francês, a Copa da França por duas vezes.
Mbappé, que já marcou 9 vezes em 13 jogos (somando 2018 e 2022) e tem apenas 23 anos, se candidata a superar o maior artilheiro de Copas do Mundo, Klose, que marcou 16 gols. Outra marca a ser alcançada é do Rei Pelé, que conquistou dois mundiais seguidos, em 1958 e 1962. O camisa 10 coleciona recordes e pode alcançar mais um, ao conduzir a França ao seleto hall de seleções que conquistaram dois mundiais seguidos.
Na grande final, tanto o goleiro quanto o atacante terão confrontos diretos com Messi. Lloris tentará passar ileso pelo camisa 10, que luta pela artilharia da competição, justamente contra Mbappé, que soma os mesmos 5 gols do argentino. No fim, apesar de objetivos individuais, a busca dos dois é ouvir La Marseillaise ecoando pelo Catar, com a França no mais alto lugar do mundo outra vez.
por Mariana Alves