É A COPA DAS ZEBRAS, ABRE O OLHO BRASILZÃO


Classificado e com equipe reserva, Brasil perde para Camarões e vê tabu caindo por terra

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

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Copa das zebras, zika dos reservas, chamem do que quiserem, mas a maior competição do Mundo vem de 4 em 4 anos para nos ensinar que favoritismo é algo que não podemos ter entre os duelos.

Pela última rodada da fase de grupos, o Brasil enfrentou a seleção de Camarões, e perdeu pelo placar de 1 a 0, no Lusail Stadium. Embora os reservas tenham sido melhores em campo ao longo dos 90 minutos, a seleção canarinho não conseguiu fazer o gol e perdeu a partida nos acréscimos. Apesar da vitória camaronesa, a equipe está eliminada, porque a Suíça também venceu e avançou em segundo lugar. O Brasil enfrenta a Coreia do Sul nas oitavas de final nesta segunda-feira (5), enquanto a Suíça joga com Portugal.

Derrotado, o Brasil perdeu uma invencibilidade que durava 17 jogos. Eram 14 vitórias e três empates no período. A última derrota da seleção havia sido na final da Copa América para a Argentina (1 a 0). Foi a primeira derrota do Brasil para uma seleção africana em Copas do Mundo.

VIDA LONGA AO REI

No Estádio Lusail, no Catar, torcedores estenderam uma bandeira com a mensagem “Pelé, melhore logo”. Além da faixa, as boas energias pela saúde do Rei do Futebol também estavam estampadas em cartazes e fotografias espalhadas pela arquibancada. Admiradores do ex-jogador chegaram a iluminar um prédio na cidade de Doha, com manifestações de melhora. Para tranquilizar os fãs, o Rei Pelé publicou uma mensagem no Instagram e garantiu estar no hospital para uma visita mensal.

ESCALAÇÕES

O técnico da seleção brasileira, Tite, trocou os 10 jogadores em relação ao time que iniciou a partida contra a Suíça. Apenas o volante Fred foi mantido, justo aquele que deve ser reserva do time para a sequência da Copa. O time inteiro foi o reserva, incluindo Daniel Alves, motivo de maior polêmica na convocação. Rodrygo foi titular atuando como meia ofensivo centralizado e Gabriel Jesus no ataque. Éverton Ribeiro e Pedro, dois que foram especulados para jogarem na partida desde o início, começaram no banco.

O técnico de Camarões, Rigobert Song, montou um time ofensivo contra o Brasil. Colocou em campo seus dois centroavantes, Eric Maxim Choupo Moting e Vincent Aboubakar. Desmontou o seu trio de meio-campo e colocou Bryan Mbeumo pela direita e Nicolas Moumie Ngamaleu pela esquerda. No meio-campo, Pierre Kunde e Frank Anguissa formaram a dupla pelo centro, com a saída de Martin Hongla. O técnico mudou também a dupla de zaga: jogaram Christopher Wooh e Enzo Ebosse nos lugares de Jean-Charles Castelletto e Nicolas Nkoulou. E assim como foi contra a Sérvia, o goleiro foi Devis Epassy, já que André Onana foi afastado por indisciplina e não joga mais a Copa do Mundo.

O JOGO

Tudo parecia sob controle. Uma defesa aparentemente intransponível, um ataque eficiente mesmo com poucas chances claras. As certezas caíram por terra quando Tite decidiu, mais por opção do que por necessidade, rodar os jogadores da seleção brasileira na terceira rodada da Copa do Mundo.

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Mudaram as peças, mas o estilo de jogo permaneceu o mesmo, inclusive com o desempenho do time reserva muito parecido com o do time titular. Segurança defensiva, posse de bola, troca de passes e jogadas de velocidade pelas pontas. O estilo Brasil de jogar é muito bem definido tanto nas qualidades quantos nos defeitos. Assim como o time titular, os reservas têm dificuldade em furar bloqueios e erraram muito no último passe.

Há poucas razões para analisar coletivamente um time que não jogará junto novamente e que não tem entrosamento. Por isso, este é o momento de avaliar as atuações individuais dos nossos atletas, e cá estou eu.

O centroavante Gabriel Jesus chegou à 14ª partida seguida sem conseguir marcar gol. Preocupante pra vocês? porque pra mim sim, ainda mais vindo de um centroavante. Ele não é um mal jogador, pelo contrário, é azarado. A bola não chegou nele, e quando chegou não conseguia espaço para finalizar, e isso pesou.

O primeiro tempo nos mostrou uma seleção brasileira diferente dos jogos anteriores, com mais oportunidades e velocidade. Anthony foi bastante acionado para verticalizar o jogo. Rodrygo recebia por dentro com mais liberdade para conduzir ou acelerar. 

Martinelli (o nome do primeiro tempo), calou a boca de MUITOS que cogitaram sua convocação, fala sério, o menino joga demais. Aproveitou os espaços, conduziu em velocidade, pisou na área e gerou jogo, além disso, não perdeu em momento algum o ritmo e muito menos a vontade de marcar o gol, mas esbarrou nas más finalizações.

Ainda no 0x0, a seleção brasileira retornou para o segundo tempo, e a esperança de gols era o que não faltava para os torcedores. Levamos alguns sustos? Sim, mas nos mantivemos bem posicionados e pressionando o adversário.

Alex Telles se chocou com Aguissa em uma cobrança de escanteio no começo do segundo tempo. Ele tentou ficar em campo, mas parecia com dor. Sem lateral esquerdo no banco, já que Alex Sandro também está machucado. Logo depois, Camarões chegou com perigo, em um chute cruzado de Vincent Aboubakar que saiu, mas passou perto.

Alex Telles não teve condição e Tite chamou Marquinhos. Aproveitou ainda para fazer mais alterações. Além de Marquinhos no lugar de Alex Telles, entraram também Bruno Guimarães no lugar de Fred, e Everton Ribeiro entrou no lugar de Rodrygo.

Com as entradas de Pedro, Éverton Ribeiro e Marquinhos, o jogo fluiu igual água, mas faltava a finalização. E quando tiveram oportunidades claras, perderam. 

Bruno Guimarães, por exemplo, teve um dia ruim, ele que fez uma atuação de gala diante a Suíça. Errou tudo que tentou. Desde tecnicamente até as decisões tomadas em campo. Mas não deixa de ser um ótimo jogador, inclusive, gosto muito dele. Mas errar dois gols na cara deixa irritado qualquer torcedor.

Quando o jogo estava desenhado para um empate sem gols, chegou Aboubakar, de cabeça, e marcou o gol da vitória camaronesa. Falhas tenebrosas de Bremer e Militão, pois Aboubakar cabeceou no meio deles. Mas é injusto da minha parte condenar eles por isso, até porque fizeram uma boa partida em geral, mas a marcação na hora do gol é algo que não poderia ter acontecido.

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

De qualquer forma, o Brasil se garantiu na liderança do Grupo G mesmo com a derrota.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 

A derrota em si diz pouco, o Brasil reserva foi muito mais ameaçado que o titular e é natural que isso aconteça. O entrosamento da dupla de zaga pesa muito e neste aspecto Eder Militão e Bremer não chegam nem perto de Thiago Silva e Marquinhos.

Agora, é preciso admitir que o Brasil criou várias oportunidades e desperdiçou todas. Tanto que o goleiro Epassy foi escolhido o melhor da partida. Muito desse prêmio ao arqueiro camaronês se deve a incompetência brasileira nas finalizações. Monstuoso.

Que esse jogo sirva de aprendizado, e aos jogadores: TREINEM FINALIZAÇÕES! É inacreditável a quantidade de gols perdidos. Isso é preocupante, principalmente em decisões que estão vindo pela frente. Vai ser tudo ou nada. Por detalhes. Por falta de gols ou de um bom futebol. Abramos os olhos e vamos em frente!

Por Thayná Carvalho

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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