Quem acompanha os eventos esportivos desde a infância, como eu, conhece bem a voz que comanda as transmissões das partidas da Seleção Brasileira em Copas do Mundo na TV: Carlos Eduardo dos Santos Galvão Bueno. O locutor esportivo, radialista e apresentador Galvão Bueno tem nas veias o jornalismo do esporte e é uma referência nacional em diversas modalidades.
Aos 72 anos de vida e quase 50 de carreira, o carioca e tijucano Galvão chegou ao ano em que encerra suas narrações em Copas do Mundo, uma despedida que vai deixar fãs e críticos com uma lacuna insubstituível. Dono do bordão “sai que é sua, Taffarel”, em homenagem ao goleiro brasileiro na Copa de 1994, também se destacou nas coberturas da Fórmula 1, ao se tornar um grande amigo do saudoso Ayrton Senna. Galvão também narrou a medalha de ouro da ginasta brasileira, Rebeca Andrade, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Nos programas esportivos, o apresentador se destacou com a famosa frase “Pode isso, Arnaldo?”, em referência ao colega comentarista de arbitragem Arnaldo Cézar Coelho. O programa “Bem Amigos”, no canal Sportv, leva mais um de suas frases marcantes e tem o próprio como apresentador.
Em 2022, Galvão chega a sua décima terceira e última Copa do Mundo com mais de 50 jogos da Seleção Brasileira apenas em copas. O narrador foi homenageado pela Rede Globo durante a transmissão de Brasil x Suíça, no último dia 28/11, com um breve vídeo dos seus melhores momentos em mundiais. “Quero agradecer demais o carinho de vocês, por isso que eu digo que a Globo é minha casa. Aqui passei boa parte da minha vida, mais da metade da minha vida, vou para 42 anos de casa e 50 jogos de Seleção Brasileira”, disse Galvão após o vídeo. O narrador também recebeu reverências no programa de Luciano Hulk pouco antes de sua viagem ao Catar. Nas terras árabes, Galvão foi presenteado pela FIFA e a Associação Internacional de Imprensa Esportiva (AIPS) com uma miniatura da taça da Copa e um certificado simbólico.
Apesar do clima de despedida, Galvão continuará nas transmissões da Globo, mas com um contrato mais “flexível” e sem a exclusividade que manteve nestes anos. Neste novo acordo, o narrador poderá realizar trabalhos em plataformas de streaming, que estão em alta no meio esportivo, por exemplo.
Torcemos para que esse símbolo do jornalismo esportivo possa fechar esse ciclo com chave de ouro e que o Hexa venha ainda mais emocionante na mais marcante voz das narrações brasileiras.
Por Rayssa Rocha
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.