Em meio às homenagens ao ídolo e artilheiro Diop, Senegal se classifica ao derrotar o Equador por 2 a 1
O sonho senegalês se tornou realidade, em um dia de muita emoção e saudade. 20 anos depois da incrível geração de Papa Bouba Diop se classificar em 2002, os Leões de Teranga retornam às oitavas de finais de uma Copa do Mundo. E o dia não poderia ser outro, pois justamente em um 29 de novembro, dois anos atrás, Diop faleceu em virtude da Esclerose Lateral amiotrófica (ELA). O gol da vitória sobre o Equador foi do capitão Koulibaly, que em seu braço ostentava o número 19, em homenagem a Diop.
Tenho a certeza de que essa partida foi escrita a dedo pelos deuses do futebol. Os comandados de Cissé dominaram, estavam inteiros e com sede de vitória. Nas arquibancadas, mais uma vez, os senegaleses jogaram juntos, cantaram e claro lembram o ídolo Diop, com cartazes, camisetas e até mesmo pinturas no corpo.
Atacando pelos lados, Senegal encontrou o caminho do gol. Sarr foi derrubado na área por Hincapié, bateu firme e abriu o marcador. Mas, no segundo tempo, em cobrança de escanteio, Moisés Caicedo deixou tudo igual. Os Leões não diminuíram o ritmo e minutos depois viveram uma epopeia, com o gol do zagueiro Koulibaly.
Em hipótese alguma o futebol pode ser descrito apenas como um jogo. O gol levou os senegaleses às lágrimas não só pela classificação, mas pelo encontro de gerações, pelo amor à camisa e a devoção de um povo. Foi dia tomar as ruas de Dakar, a capital do Senegal, e comemorar!
Cissé, que esteve em campo na última ida às oitavas, não controlou a emoção, mas fez questão de dedicar a vitória aos ídolos do presente e do passado.
“Dedico esta vitória para o Papa Bouba Diop, para o Bruno Metsu. E gostaria de dedicar também a um homem que faz coisas extraordinárias pelo país e infelizmente não está aqui hoje. O nome deste homem é Sadio Mané. Devemos parabenizar toda a seleção de Senegal. Somos um time da África indo às oitavas de final. Somos um grupo. O time é sempre mais importante do que jogadores individuais” – completou.
Esta é minha segunda Copa do Mundo cobrindo Senegal. Uma seleção apaixonante, de um povo único e contagiante, e por isso, não controlei a emoção. Os Leões têm a chance de fazer história, e não há quem possa duvidar de seu potencial!
Por Mariana Alves