Nesta quinta-feira (24), às 7 horas (horário de Brasília), no Al Janoub Stadium, a Cruz Vermelha e os Leões Indomáveis entram em campo pela Copa do Mundo de 2022.
Suíça e Camarões é o confronto que marca a estreia no torneio mundial do grupo G, do qual o Brasil faz parte, e, muito embora não seja o encontro mais conflituoso tal qual será Suíça e Sérvia – e cujo tema traremos no momento oportuno-, a partida promete grandes disputas individuais e aquela emoção que só o debute pode trazer.
O ponto mais interessante entre as duas equipes certamente é o fato da Seleção da Suíça contar com um camaronês no seu plantel. Breel Embolo, atacante do time europeu nasceu em Yaoundé, segunda maior cidade de Camarões, mas imigrou com sua família para a Suíça ainda criança, onde se desenvolveu como profissional de futebol e se destacou, inclusive defendendo seleções de base do país.
Sobre o fato de enfrentar seu país natal, o artilheiro disse: “É muito especial, é meu país de origem, minha mãe e meu pai vieram de lá, toda minha família. Então é um jogo especial para mim e para minha família. Mas não é o mais importante, o mais importante é que é um jogo da Copa do Mundo, é a minha segunda Copa com a Suíça. Estou orgulhoso e feliz de estar aqui. Espero poder jogar, porque o mais importante é jogar uma Copa do Mundo, é sempre especial”.
Pela declaração, parece que a escolha entre a Cruz Vermelha e os Leões Indomáveis não é um problema para Embolo.
Agora, é hora de conhecer melhor as seleções envolvidas na disputa.
A Cruz Vermelha das várias línguas
Não há como não começar falando da Seleção Suíça sem antes trazer o principal aspecto cultural do país europeu, qual seja, a quantidade de idiomas oficiais vigentes por lá. Geograficamente, o país é rodeado por outras cinco nações europeias: França, Alemanha, Áustria, Itália e Liechtenstein, o que provavelmente explica, ainda que de forma superficial, o fato de que, a depender da região, o idioma oficial pode ser o alemão, o francês ou mesmo o italiano.
Por isso, a Seleção possui também alguns apelidos diferentes: Schweizer Nationalmannschaft em alemão, La Nati em francês e Squadra Nazionale ou Rossocrociati (Cruz Vermelha) em italiano. Em razão das origens latinas do idioma italiano, tal qual o português, vamos adotar a Cruz Vermelha como a favorita dessa lista, até para facilitar.
A Suíça é velha conhecida na Copa FIFA, já disputou 11 edições e também já sediou uma delas, em 1954. As melhores campanhas foram em 1934, 1938 e 1954, quando chegou às quartas de final.
Os suíços consideram o seu grande ídolo o atacante Alexander Frei, o maior artilheiro da história da sua Seleção e que se aposentou dos gramados em 2013, vestindo a camisa do Basel e marcando um gol de falta para selar a festa de despedida.
Na seleção atual, contudo, o grande nome é o meia-atacante Xherdan Shaqiri, apelidado carinhosamente de “Messi dos Alpes”. O atleta atua pela MLS, mas já teve passagens pelo Bayern de Munique, Inter de Milão, Liverpool e Lyon. Para o técnico suíço, Shaqiri é um gênio: “Temos jogadores rápidos, alguns criativos, como Shaqiri, que é um gênio nessa área e também sabe trabalhar para o grupo. E já avançamos em termos de dinâmica e intensidade”.
Diferentemente de seu adversário, que passa por alguns problemas internos, a Suíça vem de sólidas atuações, chegando às quartas de final da Euro 2020 e sendo eliminada nos pênaltis pela Espanha. Por tal razão, certamente os suíços têm o favoritismo no confronto contra a equipe de Camarões.
Os convocados do técnico Murat Yakin são os seguintes: Kobel; Köhn; Omlin; Sommer; Akanji; Comert; Elvedi; Fernandes; Ricardo Rodríguez; Schär; Widmer; Ardon Jashari; Christian Fassnacht; Djibril Sow; Fabian Frei; Fabian Rieder; Granit Xhaka; Michel Aebischer; Noah Okafor; Remo Freuler; Ruben Vargas; Breel Embolo; Edimilson Fernandes; Haris Seferovic e Xherdan Shaqiri.
Que a Suíça mostre sua força em campo, mas que também não complique para o Brasil.
Allez, Cruz Vermelha!
Les Lions Indomptables de Samuel Eto’o
A Seleção de Camarões, conhecida na língua oficial do país como Les Lions Indomptables, vem para sua oitava participação na Copa FIFA, tendo alcançado o seu melhor resultado em 1990, quando chegou às quartas de final, sendo eliminada pela Inglaterra.
A princípio, os críticos consideram ser a equipe mais fraca do grupo já que acumula derrotas, passou por uma troca recente de treinador e vive com a especulação de que a convocação dos jogadores foi preparada antecipadamente pelo Presidente da Federação Camaronesa de Futebol, o ex-atacante Samuel Eto’o, que fez muito sucesso no Barcelona e na Inter de Milão e é o maior artilheiro na história da Seleção.
Mesmo com os supostos problemas internos, a comissão técnica da Seleção do continente africano está otimista sobre a participação dos Leões Indomáveis. Em entrevista coletiva, o auxiliar técnico Sébastien Migne afirmou que Camarões não estará na competição como turista, e que dará tudo de si para cumprir as exigências do presidente Eto’o.
Confira abaixo quem foram os convocados para a Copa, e que estarão sob o comando do técnico Rigobert Song:
O destaque dessa seleção, a princípio, fica com o goleiro André Onana. O arqueiro passou por um momento bastante difícil no início de 2021, quando jogava pelo Ajax, na Holanda, porque foi punido pela UEFA após ingerir o medicamento furosemida e ser flagrado no exame antidoping.
Apesar do engano, em sede de recurso a Corte Arbitral do Esporte (CAS) puniu o jogador com uma suspensão de nove meses. Ainda assim, o goleiro deu a volta por cima, e superando a situação é hoje a maior esperança da Seleção embaixo das traves.
Com o espírito aguerrido de Onana, certamente veremos uma Seleção Camaronesa dedicada em campo.
Le lions, let’s roar together!
Por Daiane Luz, setorista no Portal Mulheres em Campo
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não representam, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo