Iluminados por São Jorge, a dupla Roger Guedes e Yuri Alberto brilha e derrota o Dragão
Não importa se tivemos 10 dias de preparações ou se o jogo era contra o Atlético-GO. Jogo do Timão sempre é um teste para cardíaco. Nesta noite de quarta-feira fria em Itaquera, o Corinthians venceu o Atlético-GO por 2 a 1, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro e retornou ao G4, com 47 pontos.
As séries de desfalques ainda não acabaram. Para o duelo, o técnico Vítor Pereira não pôde contar com seis jogadores: os zagueiros Raul Gustavo (suspenso) e Balbuena (servindo a seleção do Paraguai), o lateral-direito Rafael Ramos (em transição), os volantes Maycon (em transição) e Paulinho (em recuperação de lesão no joelho) e o centroavante Júnior Moraes (em transição).
Mesmo com as baixas, VP foi com força máxima na medida do possível com: Cássio; Fagner, Gil, Bruno Méndez e Fábio Santos; Du Queiroz, Fausto Vera e Renato Augusto; Gustavo Mosquito, Róger Guedes e Yuri Alberto.
O JOGO
Um primeiro tempo de um Corinthians errando muitos passes, com pouco volume sofrendo na defesa, sem contar a marcação frouxa…A única coisa que salvou esse primeiro tempo, foi o gol de Roger Guedes, um gol de um camisa 10 oportunista, digno de vestir a camisa 10 do Corinthians.
Após um bom momento dos goianienses, Renato Augusto achou um ótimo passe para Mosquito em contra-ataque. O invasor passou para Yuri Alberto, que ficou em boas condições e saiu na saída de Renan. O goleiro desviou a finalização, mas a bola sobrou para Róger Guedes, que chegou de carrinho na segunda trave, sem goleiro e sem ângulo, e se consagrou o 7º maior artilheiro da Neo Química Arena (empatado com Vagner Love) com 13 gols marcados.
Como nada são flores e o torcedor Corinthiano é rival da palavra ‘paz’, após cinco minutos, a defesa alvinegra não acompanhou a infiltração de Wellington Rato, que aproveitou um time espaçado e marcou para o Atlético-GO. 1 a 1.
Nos últimos 10 minutos, o Corinthians acordou e criou chances de ampliar o placar, mas acabou desperdiçando. E é aquilo que batemos na tecla novamente… jogos importantes, perder diversas oportunidades pode castigar e muito. O elenco precisa evoluir nesse quesito.
No segundo tempo, o Corinthians retornou com o mesmo time, e também na mesma intensidade, com sede de vencer. O técnico Vítor Pereira promoveu as primeiras substituições aos 11 minutos, trocando Fábio Santos Piton na lateral esquerda, e colocou Adson no lugar de Mosquito pela ponta direita. A ideia era dar mais profundidade ao ataque com os avanços do jovem lateral.
Com as mudanças, o time começou a trabalhar mais a bola e ter mais posse no ataque. Aos 19 minutos, Róger Guedes chutou de longe e conseguiu um escanteio após desvio no caminho. Aos 22 minutos, Guedes novamente conseguiu outra chance. Du Queiroz achou um ótimo passe para o camisa 10, que dominou e invadiu a área. Guedes bateu na saída de Renan, que defendeu o segundo gol do Corinthians.
Após a finalização, Vítor Pereira fez nova alteração no Corinthians. O treinador colocou Giuliano na vaga de Fausto Vera, deixando a equipe com dois meio-campistas técnicos (Giuliano e Renato Augusto) e apenas um volante (Du Queiroz).
Daí em diante, o Corinthians dominou o segundo tempo. Aos 42 minutos, Guedes bateu de fora da área, rasteiro. Renan defendeu, mas deu rebote nos pés de Yuri Alberto. O centroavante, na cara do gol, não desperdiçou e colocou o Timão à frente do placar. Gol no estilo Corinthians. NA RAÇA!
PRÓXIMO COMPROMISSO
O Corinthians, agora, terá pouco tempo de descanso para seu próximo compromisso. Já neste sábado, dia 1º de outubro, o Timão recebe o Cuiabá, na Neo Química Arena, às 21h, pela 28ª rodada do Brasileirão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Antes o problema do Corinthians era a criação das jogadas e finalizações, porque o time simplesmente não chutava ao gol adversário. Hoje o problema do Corinthians é a definição das jogadas, afinal cria inúmeras chances, mas finaliza mal e acaba desperdiçando. Por exemplo, Guedes fez um hat-trick de gols perdidos, gols CLAROS, sendo mais específica.
Róger Guedes perdeu chances claras contra o Inter, São Paulo e Atlético-GO, em ambas o Corinthians poderia ter ficado à frente do placar. Neste jogo não fez falta, mas pode fazer em outros jogos. VP tem que trabalhar mais a finalização com ele e com o elenco todo. Tirando esse fato, ele foi o personagem do jogo. Fez um gol muito difícil de fazer. Foi muito presente o jogo todo, assim como Yuri Alberto.
Nem sempre o contexto do CENTROAVANTE o favorece, mas ele consegue entregar MUITO. Sem contar o seu excelente posicionamento. Ele pressiona muito, recupera, tenta vencer duelos pelo alto (mesmo não tendo características para isso), apoia, trabalha curto… essencial para o time.
O Renato teve uma noite apagada, pois estava muito marcado pelos Goianienses, até porque, eles sabem que o camisa 8 é a nossa fonte de criação. No segundo tempo, talvez eu não teria tirado o Fausto, que para mim fez um jogo melhor que Du. O Fausto, na parte inicial do jogo, apenas dava passes laterais e pouco auxiliava na construção das jogadas.
Na etapa final, quando verticalizava seus passes, empurrava o time ao ataque e quebrava as linhas. O volante que fica à frente, tem que auxiliar na criação. E Du, tecnicamente foi muito abaixo, mas não foi só nessa partida. Acho que em alguns jogos esse ponto na dupla de volantes deve ser revisto. Questão de qualidade.
Pouco se fala, mas Cássio foi fundamental nessa vitória. Mais uma noite gigante do goleiro. Me arrisco a dizer, mas essa temporada de 2022 é a melhor dele desde 2012.
Pontos importantíssimos para o Corinthians iniciar sua luta para se consolidar na parte de cima da tabela. Achei que o desempenho poderia ser melhor? Sim. Mas, um grande alívio a vitória. É garantir em casa e pontuar fora.
Pelo Corinthians, com muito amor, até o fim.
Por: Thayná Carvalho
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.