Em tarde histórica, Brabas goleiam o Inter, torcida bate recorde de público e Corinthians se consagra Tetracampeão Brasileiro
Há pouco mais de 24h, vivi um dos dias mais insanos e felizes da minha vida. Acordei, a ansiedade estava a mil, o coração batendo forte e a fé me guiou para a Neo Química Arena. Era sábado (24) de decisão. Dia de lutar pelo Tetracampeonato Brasileiro dentro de casa, diante de uma das equipes mais fortes da competição, o Internacional das Gurias Coloradas. Era dia da Fiel mostrar porque é diferenciada, única e abraçar as Brabas, que tanto tem honrado nosso manto. Era dia de recorde, de Festa na Favela, de breja gelada e claro, dia de ser Campeão. Aliás, de ser Tetracampeão e evidenciar a hegemonia da equipe de Arthur Elias, afinal, em 15 finais, foram 12 títulos: quatro Brasileirões (2018, 2020, 2021 e 2022), três Paulistões (2019, 2020 e 2021), uma Supercopa (2022), uma Copa do Brasil (2016) e três Libertadores (2017, 2019 e 2021). TEM QUE RESPEITAR!
No caminho até a Neo Química Arena foi difícil controlar a emoção. São mais de duas horas de trajeto de Embu até Itaquera, e não teve um segundo em que eu não rezasse. Assim que saiu a notícia de que teríamos mosaico, não contive as lágrimas. Para quem acompanha a categoria, ver o merecido reconhecimento e a união da torcida pelas Brabas, tem um significado diferente.
Já no trem, a Fiel cantava, dando sinais da linda festa que faria no estádio. Fila para entrar, e a certeza de que não era um dia qualquer. Esperando para passar a catraca saiu o primeiro gol. Todos comemorando, Gabi Zanotti neles. Enquanto ainda processávamos tudo o que estava acontecendo, o VAR chamou a árbitra, que anulou o gol.
Quando finalmente consegui chegar às arquibancadas veio a certeza de que bateriamos o recorde. A massa alvinegra se espremia nos degraus da Leste. Pouco importava o lugar demarcado, o importante mesmo era cantar pelo Coringão.
O jogo seguiu e era nítido o nervosismo das Brabas, que erravam lances bobos. Em um desses lances, Yasmin recuou mal para Lelê, cedendo o escanteio para as Coloradas. Depois da cobrança, a bola ficou viva na área e Sorriso completou para as redes. Gol delas.
Imediatamente após o gol, a torcida aumentou o volume. Foi de arrepiar!
Nessa sinergia, o Corinthians passou a criar mais e conseguiu empatar com Jaqueline, aproveitando cruzamento de Yasmin. Já no fim da primeira etapa, Diany virou para o Corinthians, levando a torcida a loucura.
Naquele momento a certeza já pairava o ar: o Tetra era realidade! E sabiamos que cabia mais. E como disse Grazi, na comemoração do título, se referindo ao 4 a 1: o quarto virou o primeiro!
A equipe voltou para a segunda etapa avassaladora e com poucos minutos, ampliou o marcador. A polivalente Gabi Portilho aproveitou o lançamento e ajeitou para Vic Albuquerque partir para o abraço.
As adversárias sentiram o gol, perderam o rumo e o Timão dominou. A torcida se dividia entre cantar e gritar o tão famoso “põe no dvd”. E claro, teve olé!
Nesse clima único, marcamos um golaço, mas este da Fiel: 41 070 pessoas! Recorde sul-americano de público em jogos do futebol feminino. Que me desculpem os antis, mas a FIEL É FODA!
Quando soltamos o grito de campeão, faltando poucos minutos para o fim, Jheniffer fechou a tarde com chave de ouro. Fazendo valer a “lei da ex”, a camisa 9 marcou o quarto gol e fechou o caixão colorado.
Festa na Favela! Alegria do povão! Ganhamos mais um, o terceiro brasileiro consecutivo e calamos a boca de quem ousou duvidar do trabalho de Arthur Elias e da potência do elenco corinthiano. Arthur Criou uma máquina de títulos! Além disso, em 6 finais seguidas, sim, SEGUIDAS, o Coringão levou 4 taças! TEM QUE RESPEITAR AS BRABAS!
Depois foi hora de comemorar, de abraçar estranhos, de tomar aquela breja em Artur Alvim e sequer ver o tempo passar. Foi momento de celebrar o Corinthians e de agradecer a Deus a honra de ter sido escolhida por esse clube!
Parabéns Brabas, e fica mais uma vez registrado meu imenso orgulho de vocês.
Por Mariana Alves
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo