Em casa, Colorado goleia o Juventude na noite desta segunda-feira (29), e complica ainda mais a situação do Papo, que caminha de volta ao seu lugar na segunda divisão
A noite gelada de segunda-feira (29), marcou o encontro da capital com a serra gaúcha pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro, quando o Internacional recebeu o Juventude e atropelou a filial rival, dentro de casa, por 4 a 0. O Inter não precisou de muito tempo para mostrar que ditaria seu ritmo e a noite seria de uma cardápio especial na Avenida Padre Cacique, afinal ganhar clássico tem sempre um gosto especial.
Com Sidney Lobo na casamata, o time optou pela titularidade dos jovens Johnny e Maurício, detalhes que foram importantes na construção da receita do jogo.
O Colorado dominou a partida desde o início, soube ocupar seus espaços e fazer com que o Juventude cedesse a cada momento mais espaço. Assim, os donos da casa foram empurrando o Papo cada vez mais para seu campo de defesa, crescendo na partida. Com Bustos e Wanderson a equipe foi explorando pelos lados as chegadas de forma mais agressiva, e aproveitando Maurício como construtor.
A insistência do Inter dentro do campo de ataque foi amadurecendo o gol, que chegou já aos 37′, após cobrança de escanteio de Carlos De Pena. O garoto Johnny subiu mais que todo mundo e fuzilou o arqueiro Alviverde, 1 a 0 para o Colorado.
Aberto o placar, o time ficou mais “faceiro” e perigoso, enquanto o Ju seguia tentando chegar a frente com algumas poucas escadas, explorando a velocidade. O dono da casa seguia com uma boa e acertada marcação, foram poucas as segundas bolas perdidas ou que geraram tranquilidade para o adversário.
Já no apagar das luzes da primeira etapa, Alemão ia avançando na área quando foi derrubado e o VAR assinalou a penalidade, na cobrança Carlos De Pena foi infeliz e Pegolari defendeu, mas o goleiro cedeu o rebote e Wanderson não perdoou, cruzou para a rede e ampliou o placar.
No retorno para a segunda etapa, o time não estava satisfeito com o placar e não precisou de mais que dois minutos para Wanderson buscar a bola quase na linha de fundo e dar um passe docinho para o menino Johnny subir, mais uma vez, e empurrar a bola para o fundo da rede em um testaço.
O time, que havia encontrado o caminho do gol, seguiu superior ao lanterna do Campeonato Brasileiro. Aquela altura, o Juventude mal sabia o caminho de casa, quem dirá se encontrar em campo. Nem as trocas do técnico trouxeram alívio para o time da serra gaúcha.
Aos 26 minutos, o Colorado chegou a marcar o 4º gol, em bola parada. Vitão, de cabeça, empurrou a bola ao fundo da rede, mas o VAR assinalou irregularidade e voltou com placar para o 3 a 0.
A goleada foi fechada quando aos 47 minutos, já no final da partida, Edenilson foi derrubado em uma entrada criminosa dentro da área. O camisa 8 colocou a bola debaixo do braço e foi para a cobrança. Edenilson voltou a marcar com a camisa do Internacional, mas ainda segue muito longe de “fazer as pazes” com a torcida que tem vaiado o jogador em todas as oportunidades dadas.
RACISMO NAS ARQUIBANCADAS
Fechado o jogo dentro de campo, não se pode ignorar ou deixar de falar sobre um ato absurdo e criminoso que ocorreu nas arquibancadas. No meio da segunda etapa, o jogador Pires do Juventude discutiu com um torcedor Colorado e denunciou que o mesmo tenha sido responsável por xingamentos de cunho racista.
No instante que o ato foi apontado, a segurança do Sport Club Internacional identificou o torcedor e o encaminhou ao JEC para apurar a denúncia e dar continuidade. Sobre o ocorrido, o Internacional publicou:
“Na noite desta segunda-feira (29/08), durante o segundo tempo da partida entre Inter e Juventude, o atleta Felipe Pires foi vítima de injúria racial no Beira-Rio. Diante do episódio, o Clube do Povo manifesta seu absoluto repúdio a todo e qualquer tipo de preconceito, e informa que, tão logo ocorreu a identificação do responsável pelo ato, o torcedor foi retirado das arquibancadas do Gigante e sofrerá sanções em função do comportamento inadequado.
O Internacional está ajudando as autoridades na apuração dos fatos, e reitera seu apoio ao Juventude e ao atleta. O Clube lamenta que o episódio tenha ocorrido na partida de hoje, quando o time atuou com com a camisa preta e um patch antirracismo, elaborado pela CBF, estampado em seu novo uniforme”.
É INADMISSÍVEL que qualquer pessoa que vista as cores do CLUBE DO POVO sonhe em ser este arremedo de ser humano, é inadmissível que se permita que algo de tamanha crueldade ocorra dentro da instituição, sob estas cores.
Que todo o processo de identificação e exclusão de qualquer quadro social e quiçá de que este ANIMAL jamais volte a pisar no Beira Rio ou em qualquer lugar que represente o Internacional.
Por Jéssica Salini
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.