“Nem sei por onde começar, de tanto amar, seu manto sagrado”
São 108 anos de Palestra a Palmeiras, de histórias, de lutas e glórias. São 108 anos de emoções, de risos, de lágrimas, de alegrias e também de algumas tristezas. São 108 anos de paixão alviverde, de amor, de um sentimento que é impossível explicar a quem não é palmeirense. Há 108 anos nascia o clube que me faria amar futebol loucamente, que faria milhares de pessoas mais felizes, que faria o mundo mais verde!
Há 108 anos o sonho de imigrantes italianos ganhava vida, com a fundação de uma agremiação esportiva que os representasse. E esse sonho se tornou realidade e não parou mais de crescer, de alimentar outros sonhos e de representar outros povos. A Primeira Guerra Mundial quase pôs fim ao ideal alcançado com muito esforço, mas são as adversidades que dão forças, e mesmo com as dificuldades, o Palestra se manteve em pé.
Veio então mais uma guerra, e em 1942 o Palestra Itália morreu líder para nascer o campeão Palmeiras. E como foi – e continua sendo – campeão! Sempre ostentando a sua fibra, o Verdão vem colecionando títulos ao longo de uma história que nos enche de orgulho. Nem sempre o caminho foi fácil, passamos por momentos tristes e difíceis, como nas duas vezes em que vimos nosso Alviverde na série B. Mas a tristeza nos ensina a valorizar a felicidade, e por isso o palmeirense não comemora, ele desabafa. E como temos desabafado ultimamente!
Em um intervalo de 10 anos (2012, ano do segundo rebaixamento e 2022), o Palmeiras se reergueu, arrumou a casa e voltou ao lugar de pertencimento: o topo. Pode não conquistar todos os títulos, mas briga por todos eles, é protagonista. Os rivais adoram dizer que já caímos duas vezes, mas não falam sobre o feito que jamais terão: campeão da Libertadores por duas vezes no mesmo ano. Feito esse que será difícil, praticamente impossível, ser repetido por outro clube. Uma situação atípica, causada pela pandemia, fez com que a competição sul-americana tivesse duas edições no mesmo ano, e quis o destino que a Sociedade Esportiva Palmeiras levantasse o caneco nas duas oportunidades, escrevendo uma história inédita no futebol, e que dificilmente será repetida.
A geração que viu o Verdão nos tempos mais gloriosos também vivenciou épocas de escassez. A geração atual nasceu nas épocas de vacas magras, mas não desistiu e nem desanimou, e hoje vive aquela que pode ser a terceira Academia de Futebol Alviverde. Difícil explicar a sensação de ver uma segunda arrancada heróica, de um clube que se levantou e mostrou que nunca deixou de ser gigante, como bem lembrou o Zé Roberto.
E quantos grandes nomes passaram por aqui nesses 108 anos. Dudus (sim, no plural), Oberdan, o Divino Ademir da Guia, Marcos, Alex, o gigante Zé Roberto, Evair, Fernando Prass, o filho do vento Euller, Edmundo, César – Sampaio e Maluco, Cafu, Rivaldo, Felipão, Luxemburgo. E claro, Abel Ferreira e seu elenco, que não vou mencionar um a um para não estender, mas que com a cabeça fria e o coração quente deixam suas marcas nos capítulos deste livro de 108 anos. Nomes que ajudaram e ajudam a escrever a história alviverde com as batalhas nos gramados em que as lutam os aguardam, com gols marcados, defesas espetaculares, estratégias e táticas. Nomes que garantiram a defesa que ninguém passa e a linha atacante de raça.
108 anos depois estamos aqui, comemorando e desabafando, cantando e vibrando. Estamos colhendo as glórias de tantos dias de lutas, estamos distribuindo sorrisos por onde já derramamos lágrimas. Seguimos ao lado daqueles que escolhemos amar, mas quem também nos escolheu e acolheu. Por isso não cansamos de dizer: PALMEIRAS MINHA VIDA É VOCÊ!
Por Vânia Souza
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.