WILLIAN, O MEU CORINTHIANS NÃO PRECISA DE VOCÊ 


Jogadores vêm e vão dos clubes a todo momento. Na chegada são juras de amor à camisa, frases de efeito e gritos da torcida,  para na despedida restarem desculpas esfarrapadas ou sinais de que a “memória anda curta”. Mas o clube fica e com ele, a certeza de que o único amor verdadeiro ao pavilhão é o do torcedor.

O Corinthians é um clube do povo, de gente simples, humilde e que não mede esforços para acompanhar a equipe. É contra tudo e contra todos sempre. Contra ditadores, péssimos gestores, time que não corresponde,  à distância do estádio e dos altos valores de camisas e ingressos. 

Não recebemos o nome de Fiel, de Bando de Loucos a toa. Fizemos por merecer. Nos quatro cantos do país e do mundo. Na série b e no Mundial. Comemorando títulos ou chorando com o rebaixamento. Em quase 112 anos, a história de união,  de devoção, de corinthianismo é grande, e foi escrita com muito suor e lágrimas de quem verdadeiramente ama o clube altaneiro.

A lista de ídolos é grande. Atletas que lutaram, deram o sangue em campo como Zé Maria, saíram sujos de lama como Emerson Sheik, ou nunca se venderam como Wladimir. São atletas que se posicionam, que dão a cara para bater e não escondem o que sentem pelo clube como Neto, Sócrates e Casagrande.

Temos um carinho especial por quem veste a nossa camisa, principalmente aqueles que são filhos do Terrão, os que já vivenciaram as piores fases do clube e nunca o abandonaram. Por isso, ao menor sinal de retorno, fazemos a festa, brindamos e recepcionamos com o maior sentimento do mundo: o amor pelo Corinthians. Mas tal amor jamais nos tornará coniventes. Cobramos e criticamos na mesma medida em que apoiamos e cantamos. Quando percebemos que há corpo mole, falta de entrega ou muito discurso e pouco futebol, os gritos de escárnio são ainda maiores.

Alguns, tomados pela selvageria, perdem a razão, partem para ameaça e perseguem os atletas. Jamais apoiaria a violência e espero profundamente que quem age desta forma seja exemplarmente punido. Outros seguem na caminhada, acreditam em dias melhores e logo se preparam para o próximo jogo.

Sendo direta, quando em setembro de 2021,  Willian foi anunciado com toda pompa e circunstância no Corinthians, fiz festa e acreditei no camisa 10. Da mesma maneira, lamentei suas inúmeras ausências em virtude de lesões e torci por seu regresso. Mas, em todo este tempo, o atleta mais sambou com a bola em campo, do que de fato mostrou um bom futebol. Ainda assim, condenei as ameaças por considerá-las inadmissíveis. Pois hoje, diante da falta de respeito com o clube que o formou, é hora de colocar os pingos nos is.

Willian pulou do barco faz tempo e já deveria ter sido inutilizado por VP. Prefiro um Gustavo Mosquito focado, do que alguém que já está preparando a viagem para a Inglaterra. O meia atuou pelo clube com a cabeça em outro lugar e sem mais nem menos, vira as costas às vésperas do Dérbi, o maior clássico para a torcida que o apoiou. Pior que tal atitude somente o circo armado diante de inúmeros canais, sites e jornalistas, sem se dirigir diretamente ao clube e aos alvinegros. Se não bastasse o circo, ainda tivemos que ouvir desculpas de um cara formado no clube, que conhece a torcida desde os tempos de campo de terra.

Vai tarde! O Corinthians não precisa de você, nem antes, nem hoje e nem nunca.

Fica o sentimento de quem foi enganado. 

O Corinthians não é brincadeira, não é colônia de férias,  nem destino para ganhar milhagem aérea.  O Corinthians é a razão de viver de 30 milhões de pessoas que carregam o clube e pagam contas salariais astronômicas de quem nunca o mereceu!

Por Mariana Alves 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo 


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