FELIZ DIA DE SÃO NUNCA


Helio Suenaga/LatinContent/Getty Images

Há quem diga que 30 de fevereiro é o dia de São Nunca, mas ouso dizer – eu e os mais de 30 milhões de Loucos do Bando, que a data correta é o dia 4 de julho. Foi num 4 de julho que mostramos o que é o Corinthians, o tamanho da nossa fé e calamos os antis, pintando a América de preto e branco.

Quantas vezes sofremos com sátiras? “Libertadores só no Playstation”, “time de bairro”, “passaporte de corinthiano é bilhete do metrô” e tantas outras piadas eram parte de nossa rotina. Com a queda para a série B em 2007, o fiasco do centenário e o vexame diante do Tolima, as coisas só pioraram. Mas foi justamente por viver na raça e a base de sofrimento, que o ápice foi tão único e inesquecível! Foi invicto, foi Corinthians!

Há 10 anos revivo cada jogo daquela campanha como se fosse ontem. É inexplicável, mas todas as vezes que reassisto os jogos, sinto a mesma emoção,  e sei que vocês também, afinal, como esquecer episódios como o gol de Ralf aos 48 do segundo tempo diante do Deportivo Táchira, a muralha que Cássio se tornou frente a Diego Souza ou a frieza de Romarinho em La Bombonera? São eternos replays! 

Em sua campanha, o alvinegro começou empatando com o Táchira, fora de casa, com gol de Ralf, após cobrança perfeita de Alex. Na sequência, vitória tranquila por 2 a 0 sobre o Nacional, no Pacaembu, e 0 a 0 diante do Cruz Azul, na altitude da Cidade do México. A classificação para as oitavas saiu com mais uma vitória contra o Nacional, desta vez por 3 a 1. Antes disso,   vitória magra sobre o Cruz Azul, por 1 a 0, gol de Danilo. Já no dia 18 de abril goleada: 6 a 0 sobre o Deportivo Táchira.

Veio o mata-mata e começaram os testes cardíacos. O primeiro adversário foi o Emelec. No jogo de dia, empate raçudo, jogando com um a menos desde os 7 minutos, quando Jorge Henrique foi expulso. Na volta, 3 a 0 consistente e fim de um tabu de 12 anos sem avançar no mata-mata da Libertadores. Nas quartas de final enfrentamos o Vasco: 0 a 0 em São Januário e 1 a 0 histórico no velho Paca. Em 23 de maio, por 7 segundos, o coração de todo Corinthiano vivo parou de bater assim que Alessandro perdeu a bola e Diego Souza partiu livre, livre. Cássio que assumiu a titularidade na própria Libertadores diante das falhas de Júlio César, esperou e foi gigante. Com as pontas dos dedos, o camisa 12 salvou o Timão e nossos corações voltaram a bater.

Foto: Reprodução

O jogo foi insano! Tite acabou expulso por reclamação e doi parar no meio da Fiel. Foi de lá que ele assistiu o gol de Paulinho, aos 42 do segundo tempo, de cabeça. Assim, conquistamos a classificação à semifinal: que venha o rival da Baixada. 

Contra o rival, mas uma vez tivemos um empate e uma vitória, mas a vitória foi na Vila, com golaço de Emerson. No Pacaembu, o atual campeão ficou pelo caminho, quando Danilo empatou a partida. Era a hora de lutar pelo título diante do Hexacampeão Boca Juniors. 

Na temida La Bombonera, o autor do gol saiu do banco, para manter o Timão vivo na disputa. Romarinho, frio e calculista, tocou por cima de Órion, e recolocou o Corinthians na briga. Agora bastava uma vitória simples em São Paulo. 

Aquela quarta-feira, na nossa Saudosa Maloca, foi apenas a coroação de uma campanha gigantesca, de um time que em nenhum momento era considerado favorito. Tite foi gênio, com boa armação defensiva – ahhh que saudade das linhas de 4 jogadores bem definidas, e as jogadas em velocidade pelas laterais, alternando entre Danilo e Emerson Sheik, nem precisou de centroavante para conquistar a América. 

O dia da nossa independência contou com genialidade de Emerson Sheik, que heroicamente marcou os dois gols da vitória alvinegra. Teve suor, teve mordida em argetino…e teve festa na favela!

reprodução

Um dia inesquecível e quis o destino que justamente, nesta terça-feira (5), as duas equipes se reencontrassem, valendo a classificação …o duelo decisivo será em La Bombonera,  às 21h30. A fé é a de que possamos triunfar mais uma vez!

Por Mariana Alves 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo 


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