20 ANOS DO PENTA: COM BRASILEIRO NÃO HÁ QUEM POSSA!


Com futebol irreverente e a genialidade de Ronaldo, o Brasil conquistou seu 5º mundial!

Foto: TNT Sports

As madrugadas de Junho de 2002 foram inesquecíveis para quem é fã de futebol. A Copa do Mundo, realizada do outro lado do planeta, dividida entre o Japão e a Coreia do Sul, trouxe aos brasileiros noites mal dormidas e também a conquista mais importante do futebol mundial. 

O Brasil foi impecável, 7 jogos, 7 vitórias, única seleção do mundo a realizar tal feito desde que o formato passou a obrigar o finalista a disputar 7 confrontos. Além disso, foram 18 gols anotados e apenas 4 sofridos, e de quebra, Ronaldo foi o artilheiro, com 8 gols, sendo o maior até então na história dos mundiais. Nem de prorrogação o Brasil precisou para passar por cima dos adversários e  as vítimas foram: Turquia (duas vezes), China, Costa Rica, Bélgica, Inglaterra e Alemanha.

A FAMÍLIA SCOLARI

A seleção de 2002 é, sem dúvida nenhuma, um exemplo de superação. No comando técnico, ninguém conseguia controlar o ego e unir os atletas. Vanderlei Luxemburgo, Emerson Leão e Candinho tentaram dar jeito, todos sem sucesso. Corríamos um sério risco de assistir o torneio pela TV e precisávamos de um cara que assumisse a “responsa” e nos colocasse de volta nos trilhos.

Credenciado pelos títulos conquistados pelo Grêmio e pelo Palmeiras, Felipão foi contratado, mas a estreia não foi a esperada. Como Scolari mesmo disse, a derrota para Honduras na Copa América, era digna de Guinness Book. Um 2 a 0 que afastou ainda mais o torcedor da seleção.

Com trabalho árduo, união e sem estrelismos, Felipão e seus comandados lutaram pela classificação. Foram três vitórias consecutivas, contra Paraguai, Argentina e Chile, até perder para Bolívia, por 3×1 em La Paz. Assim, o Brasil chegou a última rodada com a obrigação de vencer a fraca Venezuela. E não deu bobeira!

No Maranhão, com dois gols de Luizão e um de Rivaldo, o Brasil selou sua classificação. Ao todo foram 18 jogos, com nove vitórias, três empates e seis derrotas, ficando na terceira colocação, atrás do Equador e da líder Argentina.

A família Scolari ganhou não apenas o Mundial, mas também o coração do país do futebol. No auge dos craques Rivaldo, Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, os comandados de Felipão fizeram história do outro lado do mundo. Naquele tempo não tão distante, as ruas enfeitadas e os feriados para assistir a Família Scolari eram a alegria do nosso país. Ainda assim, o período que antecedeu a conquista não foi fácil. A Seleção Brasileira enfrentava algumas polêmicas pela derrota na final da Copa de 98, contra a França, e pela decisão do treinador em não levar o então atacante Romário. A torcida brasileira ficou dividida nas opiniões, mas precisou confiar no comandante da seleção.

O CAMINHO DO PENTA

Não éramos os favoritos e a desconfiança do torcedor era gigantesca. Logo na convocação a pressão e o clamor popular, encurralaram Felipão, que não se intimidou. O time brasileiro era formado pelo goleiro Marcos, o capitão Cafú, os zagueiros Roque Júnior e Lúcio, e Roberto Carlos na lateral, os meias Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldinho Gaúcho e Kaká, Rivaldo e Ronaldo no ataque. Na reserva, estavam outros grandes nomes como o goleiro Dida e Rogério Ceni, Anderson Polga, Juliano Belleti, Vampeta, Ricardinho, Edilson, Juninho Paulista, Denílson, Juninho Paulista e Luizão.

Os jogos eram realizados entre 3h e 5h da manhã no Brasil, mas isso não era nem de longe uma preocupação para o brasileiro apaixonado por Copa. No grupo C, o Brasil enfrentou a Costa Rica, juntamente com China e Turquia. Nossa seleção se classificou em primeiro lugar, com três vitórias e 100% de aproveitamento. A primeira partida rumo ao Penta foi contra a Turquia e o Brasil venceu por 2 a 1. O time de Felipão goleou a China por 4 a 0 e a Costa Rica por 5 a 2. 

Ao chegar nas oitavas de final, a Seleção Brasileira fez uma partida difícil contra a Bélgica, mas venceu por 2 a 0. As quartas de final foram contra a Inglaterra, em que o Brasil venceu por 2 a 1, com o inesquecível gol de falta de Ronaldinho Gaúcho. Nas semifinais, o Brasil venceu novamente a Turquia, por 1 a 0. 

O grande dia chegou cercado de incertezas. O medo de que Ronaldo não atuasse, ou convulsionasse novamente, tomava conta de todos. Era a nossa vez, o dia de apagar os erros de 98 e colocar novamente o nome do Brasil, no topo do Mundo.

O palco foi o estádio de Yokohama, com mais de 69 mil espectadores e o Mundo todo parado diante de seus televisores ou abraçados ao rádio para acompanhar cada lance. Em campo a Alemanha tinha o domínio.  Klose e Oliver Kahn, eleito o melhor jogador da competição, ditavam o ritmo dos adversários. Toda a Frieza alemã, não contava com o fenomenal Ronaldo!. O camisa 9 derrubou a muralha alemã e marcou os dois gols do pentacampeonato brasileiro. 

O capitão Cafu ergueu a taça em uma cena histórica, dedicando a conquista à sua esposa, Regina. Enquanto isso, o país estava em festa, comemorando a nossa quinta estrela. 

Foto: Djalma Vassao

No Brasil, mais de 1 milhão de pessoas esperavam ansiosamente o desembarque da seleção. Pelas ruas de Brasília, uma grande multidão seguiu o caminhão de bombeiros com nossos heróis. Tudo era festa!

Vampeta protagonizou suas cambalhotas, os jogadores que durante todo o Mundial batucavam pelas concentrações, eram vistos como ídolos. Em todas as rádios, “Deixa a vida me levar”, música de Zeca Pagodinho, adotada pelos atletas como hino da campanha, tocava no último volume. Por todos os cantos do país, ecoava o grito de campeão e o amor à camisa e ao nosso pavilhão, eram unanimidades.

Por Rayssa Rocha e Mariana Alves

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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