Depois de 9 anos, o Noroeste está de volta à Série A2 do Campeonato Paulista
No sábado (7), o Noroeste recebeu, no Estádio Alfredo de Castilho, o São Bernardo, pela partida de volta da semifinal do Paulistão A3. O Alvirrubro precisava vencer por 2 ou mais gols de diferença, após ser derrotado na primeira partida por 2×0. O Norusca tinha a vantagem, por ter melhor campanha no decorrer do campeonato.
A torcida Alvirrubra lotou o Alfredão. Mais de 6.400 torcedores foram até lá para apoiar a equipe e, com gritos de “Eu Acredito”, vimos um jogo de muita emoção até o fim.
O técnico Luiz Carlos Martins entrou com algumas mudanças na equipe: Blade na zaga, com a camisa 2, no lugar de Carlinhos e John Egito, que era dúvida até momentos antes da partida, com sua camisa 7, no lugar de Leléco. Mas a mudança principal da equipe era interior, o time entrou com vontade de vencer, com garra e um bom futebol.
Na primeira etapa, vimos um jogo bem truncado. O São Bernardo veio fechado, queria segurar o resultado e quem sabe marcar um golzinho para selar seu acesso, mas o Noroeste foi guerreiro e conseguiu se defender bem.
Nosso capitão, Guilherme Teixeira quase marcou aos 9’. Mas os visitantes responderam com Alexandre, e depois com Bosco. Aos 32’, após lançamento de John Egito, Maranhão não conseguiu finalizar. Com o 0x0 no placar, as equipes foram para o vestiário.
Enquanto Luiz Carlos conversava com seus atletas, a torcida Alvirrubra sentia um misto de desespero, agonia e fé.
Na volta do intervalo, o Norusca teve mudanças, Jefferson Alves entrou no lugar de Jonatas Paulista e Vinícius Bala para saída de Marco Goiano. Alterações que funcionaram.
Aos 3’, Calixto bateu de fora da área cruzado, a bola ficou para Luiz Thiago, que mandou para o fundo das redes. Explosão da torcida Noroestina, que aumentou os gritos de “Eu Acredito”.
A partir daí, o São Bernardo fez o que sabia fazer de melhor, enrolou o jogo, muita cera, muita catimba e confusão, para eles, quanto menos futebol, melhor. Mas se esqueceram que futebol se joga em pé e com lealdade, e o Norusca manteve a concentração, sempre em busca do gol que classificaria a equipe.
Rogério Maranhão e Luiz Thiago tiveram boa chance, mas a bola teimava em não entrar. Aos 35’, Leléco ficou cara a cara com Ramon e mandou uma bomba, Ramon salvou. Escanteio para o Noroeste, Jefferson foi para a cobrança, Leléco de cabeça desviou, Ramon espalmou a bola, que bateu no peito de Guilherme Teixeira e entrou, Noroeste 2×0. Gol do nosso Xerife da zaga, do nosso capitão, ele que falhou no primeiro gol dos adversários na primeira partida, que nunca desistiu, chamou a responsabilidade para si e se redimiu marcando.
Depois do gol, Jefferson do Norusca e Alê do Cachorrão se estranharam e foram expulsos.
O jogo seguiu dramático nos minutos finais. O São Bernardo ainda mandou uma bola na trave de Pablo, mas o impedimento já estava assinalado, ufaaaa. O arbitro foi ao meio de campo e encerrou a partida, para a festa Alvirrubra, tanto dentro do campo quanto nas arquibancadas do Alfredão.
A última vez que o Norusca jogou a Série A2 foi em 2013. Quantas coisas passamos desde lá, quantas histórias, como não lembrar da Bezinha em 2015, sofrida, brigada e o acesso na raça. Em 2020, montamos uma equipe para subir e estávamos muito bem, confiantes, na liderança, com uma equipe espetacular, com Fabrício Daniel (Coritiba), Pedro Felipe (fora do Brasil), Richarlyson (comentarista Globo), Pablo, Guilherme Teixeira e John Egito (Noroeste), além de todos os outros que encantavam, até chegar à pandemia. Quando voltamos, não conseguimos manter o ritmo e a eliminação doeu e doeu muito.
Chegamos em 2021 ainda confiantes e, apesar de não podermos acompanhar nossa equipe devido a Covid-19, sempre acreditamos. E, mais uma vez, a eliminação doeu.
Em 2022, sabíamos que a equipe não era mais a favorita, que não seria fácil e diante umas derrotas “tolas” chegamos a duvidar. Mas tínhamos lá no banco o Rei do Acesso, Bauruense, Noroestino, Luiz Carlos Martins, que nunca duvidou da sua equipe e da capacidade de cada um de nossos jogadores. Ele batalhou, mexeu, sofreu com as lesões e a falta de peças de reposição. Foi cabeça dura às vezes, mas não é à toa que é o Rei e pela 19ª vez conseguiu, subimos!
Gostaria de destacar a entrega de cada um desses meninos, que lutaram muito e sempre acreditaram que era possível, cada um deles teve um papel primordial ao nosso acesso. Nossos jogadores que dentro ou fora de campo, foram apoio todo o tempo, Vitor Omena, Eduardo, Blade, Carlinhos, Felipe Costa, Gabriel Teixeira, Hygor Ribeiro, Calixto, Denilton, Jonatas Paulista, Rogério Maranhão, Marco Goiano, Diogo, Pereira, Vinícius Bala, Jefferson Alves, Caio Barbosa, Thiago Moraes e Léo Couto.
E, em especial ao Pablo, nosso paredão, que nos transmite segurança embaixo das traves. Guilherme Teixeira, o comandante da zaga Alvirrubra, John Egito, meia de criação, como dá trabalho aos adversários esse garoto, rápido e deixa todos para trás. Leléco e Luiz Thiago, nossos atacantes que incomodaram os adversários.
Além de toda a equipe que nem sempre aparecem, mas são de extrema importância: equipe técnica, treinador de goleiros, preparadores físicos, Bruno Freitas – fotógrafo, médico, maqueiros, gandulas. O meu MUITO OBRIGADA.
Obrigada por tornarem o nosso sonho, o sonho do acesso real.
Mas, o campeonato ainda não acabou e agora é final. Noroeste e Comercial se encontram para decidir o título do Paulistão A3.
A primeira partida será no sábado (14), às 19h, no Alfredo de Castilho em Bauru e o segundo duelo em Ribeirão Preto, no outro sábado (21), às 16h, no Estádio Palma Travasso. O Comercial tem a vantagem dos resultados iguais, pois teve uma melhor campanha no campeonato.
Avante Noroeste!
Por Kelly Cristine Janiro – Torcedora do E.C. Noroeste
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.