O ex-jogador lutou pela vida, mas não resistiu e partiu na madrugada de quinta-feira (14)
Era para amanhecer o dia sorrindo, ainda que ressabiados, pela vitória do Corinthians na Libertadores. Era para começar o dia escolhendo a camisa de ir trabalhar, agradecendo a Deus por ser corinthiano. Mas o dia ganhou ares de tristeza: Freddy Rincón se foi.
Desde o anúncio do acidente, a Fiel se uniu, rezou e fez a fé. Não importa a religião. Aliás, importa! Nossa religião é o corinthianismo, o amor pelo clube de Parque São Jorge. E por esse amor, a corrente em prol da recuperação do Freddy se formou. Sabíamos que era um “jogo duro”, daqueles que o time vai decidir fora de casa e com placar contrário. Além da colisão ter sido gravíssima, em 2013, Freddy se envolveu em outro acidente, onde já havia machucado a cabeça. Desta vez, foi operado e durante três dias ficou na UTI, mas não resistiu.
O nosso colombiano, nosso volante raçudo, de frases únicas. O cara que “carregava o time nas costas”, que foi um capitão como poucos e ergueu nossa primeira taça de Campeão do Mundo em 2000. O “meia” que marcou contra a Alemanha e fez milhões de colombianos irem à loucura por chegar pela primeira vez às oitavas de final de uma Copa do Mundo em 1990. Capaz de realizar sonhos considerados impossíveis, Rincón calou o Monumental de Núñez, em 1994, quando marcou dois dos cinco gols, da goleada colombiana sobre os hermanos, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Freddy da Seleção Colombiana, do Corinthians, do Palmeiras, do Santos, do Cruzeiro e do Real Madrid. O segundo estrangeiro que mais vestiu a camisa do Coringão, com 158 jogos, atrás somente de Ángel Romero.
O cara que lutou contra o racismo no clube merengue e por anos lamentou a falta de oportunidades. Freddy considerava que lhe faltou “ser branco”, para brilhar com a camisa merengue. Eles que são tolos, pois a você Rincón, nunca faltou nada!
De todos os jogos, ver esse terminar sem o resultado positivo, com certeza é uma das maiores derrotas de nossa história. Porém, como ao longo de toda a sua carreira, o camisa 8 lutou. Não esperávamos menos, ele sempre foi ao máximo.
Freddy nos deixa cedo, com apenas 55 anos. Deixa dois filhos, Sebastian Rincón, jogador do Barracas, da Argentina, e Freddy Stiven. Deixa um legado no futebol e de luta anti-racista.
Descansa Freddy, mas saiba que seguirá eternamente dentro dos nossos corações!
Por Mariana Alves