UM ATHLETIBA DIFERENTE


Em uma tarde especial, Coritiba empata com o rival Athletico em casa e se classifica para a final do Estadual

Neste domingo (27), o Coritiba recebeu o Athletico no estádio Couto Pereira, em jogo de volta da semifinal do Campeonato Paranaense. Em vantagem por ter vencido o primeiro embate na Arena da Baixada, o empate bastava para a equipe alviverde avançar de fase. E assim foi: 1×1, e Coxa finalista do Estadual.

Foto: Coritiba

Claro que eliminar o rival sempre tem um gosto especial. Seja time aspirante, principal ou uma mescla de ambos – como veio o CAP nas duas partidas -, era o Athletico, bicampeão da Sulamericana, campeão da Copa do Brasil de 2019… mas, taças não entram em campo, não é mesmo? Se em todos os jogos eu sempre digo que não existe favorito entre o apito inicial e final, imaginem em um clássico? Todos dão a vida, o sangue, e é assim que tem que ser. O resultado é consequência, e que bom que ela foi favorável ao lado verde da cidade desta vez.

Ver Alef Manga sendo o novo “Geraldo”, terror do time Rubro-Negro, após marcar os três gols alviverdes nos dois jogos que culminaram a classificação, foi emocionante. Engana-se quem diz que “rural não vale nada”, porque vale. Vale a preparação das equipes para competições nacionais, vale a vida para times de menor expressão – que usam o campeonato para conseguirem ingressar em competições nacionais, como a Copa do Brasil e a série D – e claro, vale a festa nas bancadas. Qualquer duelo é importante, seja um clássico do interior ou da capital, mesmo que não tenha a mesma emoção de décadas passadas.

A classificação em cima do maior rival foi gratificante, mas não posso deixar de destacar o reconhecimento do Coritiba conosco, mulheres, que buscam cada vez mais o seu espaço no futebol e nas arquibancadas. Neste domingo, tive a honra de participar do jogo de uma forma diferente. Costumo ficar na arquibancada, mas nesta tarde de Alto da Glória participei da locução no estádio – a pessoa que fala no microfone sobre as escalações, cartões, substituições, etc. O convite foi relacionado ao mês da Mulher, onde sócias puderam participar de várias ações no clube.

Na cabine do Couto Pereira, ao lado de Terry Santos, locutor oficial do estádio. Experiência única nesta tarde de AthleTIBA. Foto: Coritiba

Na hora do gol, eu não sabia se comemorava, se gritava… liguei o microfone e gritei o gol, dessa vez sem um palavrão, um xingamento, mas com a mesma emoção de como se eu estivesse na bancada. Acredito que quase nenhum dos 22 mil presentes ouviram meu grito ali, afinal, estavam ocupados gritando também. Tudo bem, o importante foi expressar a minha alegria. Obrigada, Alef Manga!

O momento do empate e da expulsão de Willian Farias foi o mais apreensivo. Pablo marcou, empatou o duelo e o adversário tinha um a mais. Não tinha um coxa que não estivesse tenso com a situação, e comigo não foi diferente. Para quem pensou que eu estava nervosa com a locução, se enganou. O microfone foi “ficha” perto do que acontecia em campo. Não que o time do Água Verde tenha dado tanto trabalho, mesmo com um a mais, mas qualquer lance poderia ser crucial. Ninguém queria ver pênaltis naquela altura do campeonato, afinal, penalidades são boas de assistir apenas quando não é o nosso time lá, rs.

O apito final trouxe o alívio de quem eliminou o rival – que não colocou suas taças para jogar – e de quem irá lutar pelo 39º título estadual. Mesmo que não tenha mais aquele sabor, um título sempre é importante para coroar o bom momento da equipe. Equipe essa que sequer se classificou no ano passado, mas que pode levantar a taça esse ano, e vamos ser sinceros, Morínigo e seu plantel merecem!

Que venha o Maringá, que também vem fazendo boa campanha. Os duelos serão realizados na próxima quarta-feira (30), às 20h, no Willie Davis, e no domingo (3), às 16h, novamente em casa. Que vença o melhor!

Obrigada, Coritiba, pelo momento único na partida de ontem. Foi uma honra representar todas as mulheres do estádio! Que ações como essas continuem presentes em nosso amado clube.

Ao restante, um suquinho de MANGA para acalmar o coração…

Por Viviane Mendes, coxa doida de coração.

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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