Corinthians joga mal, é eliminado do Paulistão e vê o fim do Tabu de 22 anos sem derrotas em decisões diante do rival do Morumbi
Passados alguns minutos do final do jogo, ainda é difícil colocar em palavras a decepção com o futebol que o Coringão vem apresentando. Ser Corinthians nunca foi fácil, mas o que me fez amar com devoção essa camisa, era a raça e a vontade do time que sempre lutou até o final. No entanto, já faz tempo que me sinto “órfã”, ou melhor, saudosista. Sinto falta do time aguerrido e de camisa encharcada que fazia qualquer corinthiano vibrar e ter orgulho. Era o time que até poderia não ter qualidade técnica, mas tinha vontade.
Hoje (27), mais uma vez vi um Corinthians apático, conformado, pragmático. Um time que não funcionou, que sentiu a saída de Fagner e nada fez em campo, em um jogo de poucas oportunidades, decidido nos mínimos detalhes. Melhor para o rival, que efetivo, guardou nas redes quando teve a chance.
Quanto a Vítor Pereira… Bem é leviano jogar toda a “responsa” no peito do Portuga, mas a verdade é que VP matou o time logo aos 7 minutos, quando deslocou João Victor para a lateral, após Fagner pedir para sair. Foi sofrido. O time morreu na direita e justamente por lá sofreu o primeiro gol, o que fez todos os alvinegros lamentarem a saída do camisa 23. Outro problema do gajo é insistir em Willian, que há tantos jogos vem sinalizando lesão, e em Paulinho, que claramente sentiu o ritmo dos jogos. Porém, o mais preocupante foi ver o treinador sentar depois do segundo gol com cara de “não há o que ser feito”. Um técnico precisa conhecer o clube onde trabalha, o terreno em que está pisando, mas parece que VP pouco se importa. Apagou o time, apagou o técnico. Tudo de forma passível, só esperando o fim do jogo.
A partida seguiu e Jô entrou depois de vários jogos sumido, principalmente por indisciplina. Oportunista, o vererano fez o que o resto do time não fez: apertar a saída de bola. O centroavante foi premiado em uma lambança de Jandrei e descontou para os alvinegros, ressuscitando Vítor Pereira e companhia. Mas já era tarde, o adversário se fechou, soube controlar a posse de bola, amarrar a pelota na lateral e finalizar o duelo merecidamente classificado.
Lá se foram 22 anos de tabu, restando a certeza de que passou da hora de ligarmos o sinal de alerta no Parque São Jorge. Quando o Coringão acumulou o terceiro tropeço em clássico, ouvi que reclamar era precipitado, que o time perdeu quando podia perder, mas e agora? Classificamos no sofrimento diante do modesto Guaraní, levando sufoco dentro de casa, para mais uma vez dormir jogando fora de nossos domínios.
O time que vinha numa crescente, ainda que sobre adversários considerados mais fáceis, agora está sem freio na ladeira, com suas estrelas, Paulinho, Giuliano, Willian e Renato Augusto, apagadas. Ressalto que o camisa 8 é o que mais tem se empenhado.
A verdade é que o Corinthians vive uma fase de falta de identidade, de estar sem saber para onde ir e como ir. Não é de forma alguma para se jogar tudo fora. Descartar jogadores e a comissão, seria um tiro no pé, mas está claro a falta que é iniciar a pré-temporada e se planejar com o treinador. As contratações dos “livres no mercado”, também podem ser questionadas, afinal, para que serve João Pedro, se não para substituir Fagner? Nos resta o pé no chão, o foco no que há pela frente, afinal, a temporada é grande e o Paulistão era apenas o primeiro desafio. Infelizmente, nele não cumprimos o dever.
por Mariana Alves
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.