FLUMINENSE ENCARA O BOTAFOGO PELO CARIOCÃO


Após eliminação traumática, tricolor tem uma semifinal eletrizante

Eu deveria fazer uma resenha comentando o clima em Laranjeiras para a semifinal contra o Botafogo, comentar como a torcida encara esse jogo após a traumática eliminação para o Olimpia e a confusão na chegada dos jogadores ao Brasil, além de pichações nas Laranjeiras. Acontece que hoje uma pessoa morreu, uma mulher teria tido as pernas quebradas e um rapaz está gravemente ferido com um coágulo no cérebro devido a briga envolvendo torcedores organizados de Flamengo e Vasco. Sim, torcedores. Sem aspas mesmo.

Foto: Mailson Santos

Precisamos parar de demonizar ou transformá-los em monstros para exibirmos as suas verdadeiras faces. São seres humanos, em sua maioria absoluta, homens, que se usam de torcidas organizadas para dar vazão ao ódio gratuito e à violência desmedida e sem sentido.

Flamengo e Vasco sempre foi um clássico com grandes histórias e claro: polêmicas. A verdade é que a violência nos estádios não é novidade e a má vontade ou a incapacidade de lidar com isso de certas autoridades só engorda o número de feridos e mortos.

Eu sou de um tempo onde pista era lugar que respeitava adversários. Cansei de pegar Fla x Flu e Fla x Vasco com pista, até com alguma faísca sim, não estou aqui para pagar de santa, mas minhas mãos estão limpas e eu não carrego o caixão de ninguém na minha consciência.

Mas qual seria a solução para isso? Você leitora, você leitor me pergunta. Punir pessoas, não instituições. Quando você pune a torcida A, B ou C você não está tirando os brigões, está somente disfarçando a cara deles.

Se você pune o brigão com prisão ou com proibição de ir ao estádio, ele vai pensar 2 vezes antes de arrumar quizumba de novo, mas é aquilo. Punir pessoas não faz ninguém sair bonito na foto, punir torcidas dá a impressão de que está havendo trabalho.

Alguém pagou com a vida pela parcimônia das autoridades. Alguém está desesperadamente lutando para não morrer por causa da incompetência de alguns gestores. E uma mulher pode ter sido vítima de violência pelo terrível crime de ser apaixonada por futebol, pelo seu time de coração e sua torcida.

Sobre o Fluminense? Desculpem, leitores, mas o que se precisa saber está no título, no subtítulo e no primeiro parágrafo. Perdoem a mudança radical de assunto, mas como jornalista, mulher e torcedora eu precisava me posicionar.

Por Angelita Campelo

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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