O greNAL 435 foi marcado por atropelo do Internacional e de um resultado absolutamente injusto, a conta do Grêmio saiu barata na vitória de 1 a 0 do Clube do Povo
A sequência de atuações deprimentes de ambas as equipes levavam a crer que o clássico 435 seria movido por um futebol modorrento, chato, sem criação e com pouquíssimos espaços. Mesmo sabendo que um clássico greNAL sempre é um campeonato à parte, o que se viu foi um massacre e que o placar não conta a história real.
A bola mal tinha rolado e o Inter já tinha imposto seu ritmo, com 1′, Moisés já havia ameaçado o goleiro Brenno com um chute de fora da área, que obrigou uma boa defesa do arqueiro.
Diferente do que aconteceu em outras partidas, em que o time começava com intensidade, mas logo “morria”, a primeira etapa foi de absoluta intensidade e um verdadeiro baile de bola do Internacional.
Era nítido a cada lance, a cada toque na bola, a cada passe que o Inter de Medina não sairia de campo com uma derrota, enquanto do outro lado o time de Roger Machado perdia a bola e tomava outro susto sem nem saber por qual lado o ataque veio, mas o Inter sabia.
Fabrício Bustos, um dos muitos estreantes em clássico, encontrou um corredor totalmente livre pelo lado direito, foi parado pouquíssimas vezes e pôs para dançar quem quis por ali, teve zagueiro, lateral, meio campo e até atacante ficando para trás na fila do argentino.
Enquanto o Inter empilhava finalizações e ataques rápidos e bem construídos, o Grêmio não sabia nem qual era a altura da grama na sua área de ataque, o Tricolor mal chegava a atravessar o meio de campo, quando a marcação alta do Colorado roubava a bola ou forçava erros bobos dos visitantes.
A trave e o arqueiro gremista não deixaram que a justiça fosse feita quanto ao resultado no placar, mas ele não passou em branco e foi justamente pelo lado direito que a tropa construiu o gol da vitória, Bustos avançou e num cruzamento que parecia que não iria encontrar mais ninguém David chegou preciso de canhota e fez a bola estufar as redes, aos 46′.
Na segunda etapa a intensidade do primeiro tempo cobrou seu preço, o Grêmio precisando do resultado voltou mais agressivo e até descobriu como era chegar no ataque, mas não eficientemente, Daniel esteve muito presente das 3 defesas que teve de fazer.
Mesmo com um ritmo menor do que o imposto nos 45 minutos iniciais, os donos da casa ainda sim mandaram no segundo tempo e nem com Roger fazendo todas as trocas permitidas e que começaram no primeiro tempo, o time do Humaitá não viu a cor da bola, a não ser quando buscaram ela no fundo da rede.
No meio de campo, a dupla Gabriel e Liziero encontrou sua “química” e regeu como quis o desenvolvimento do jogo e pode se dizer que a noite dos estreantes em clássico foi perfeita e emocionante, foi assim que Cacique Medina terminou o confronto.
O também estreante em clássicos, sentiu na pele a força da torcida que não parou um segundo de cantar e o peso de vencer um greNAL dentro da nossa casa.
De emoção a noite contou também com a de um velho conhecido do confronto, D’Alessandro que joga o Gauchão para se despedir da torcida Colorada, entrou já aos 40″, saiu de campo com lágrimas, esse pode ter sido o último greNAL e depois de 40 jogos o camisa 10 tem sua própria página na história dessa disputa.
O resultado no placar não foi justo, saiu barato por tudo que aconteceu em campo, a melhor atuação do Inter na temporada e uma das melhores se falando em confronto contra o rival nos últimos 5 anos. A vitória aconteceu como devia acontecer e sobre o Gauchão, colocou o Inter nas semifinais do campeonato.
Por Jéssica Salini
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