“O Galão ganhou mais uma vez, ai credo”
Saudações Atleticanas!
Começo esta crônica com a seguinte frase: se não for sofrido, não é o Clube Atlético Mineiro. Além disso, mais uma vez, descobri que não vou morrer de problemas cardíacos.
O jogo desta quinta-feira (3), contra o Bahia, tinha tudo para ser um jogo “tranquilo” (entre aspas mesmo). Ninguém acreditava que o tricolor poderia dar o trabalho que deu, nem mesmo os próprios baianos. Porém, o primeiro tempo foi aquilo que eu chamo de jogo de comadre, uma bola ali, outra aqui e nada de gols.
Já o segundo tempo foi o tormento que o atleticano já conhece desde a Libertadores de 2013. Mas o Galo é o time da virada, e ela veio.
Gols: Luiz Otávio 17’, Gilberto 20’ – 2° tempo – Hulk 26’, Keno 28’ e 32’ (2° tempo).
Eu não imaginava o que a noite de quinta representaria para mim e para todos os atleticanos e atleticanas. Como alguns, eu estava bem recusa de gritar CAMPEÃO antes da hora. Mesmo quando muita gente falava: “já é do Galo o título”, eu dizia: “Calma, tudo pode acontecer, estou confiante, porém vou esperar a hora certa”.
No domingo (28), eu estava no estádio, era o meu retorno depois da liberação da torcida e teve uma hora que eu parei e, em um momento de Dejavu, me peguei pensando em tudo que já vivi com o Galo.
São alguns bons anos sendo torcedora, para muitos sou a torcedora raiz, a clubista e até mesmo a chata. Com meus belos 28 anos, eu já vi meu time sendo rebaixado e vi a massa cantando o hino em alto e bom som, som que se misturava com as lágrimas de milhares de atleticanos. Logo depois, vi uma campanha linda, com o time rebaixado voltando à elite do futebol, e foi uma campanha surreal: jogos lotados, filas imensas para comprar ingressos… Subimos com vários jogos de antecedência, coisa que muitos times não conseguem e ficam na B por anos.
Veio a Libertadores e que campanha, hein, Atlético? Saímos vencedores mais uma vez. O EU ACREDITO era ouvido em todos os cantos, e estava começando a era atleticana.
Quarta-feira tem mais! Como esquecer da conquista da Copa do Brasil? Falaram de virada? Vou citar Galo x Corinthians, aquele mesmo jogo que o Mano Menezes dançou e falou acabou. Não meu caro, não acabou, estava apenas começando. Eu saí como campeã.
O título de CAMpeão Brasileiro não é apenas uma conquista da geração nova, pois é uma justiça de todos os erros lá de trás.
Ao meu rei Reinaldo, só tenho uma coisa a dizer, pois silenciaram você no passado e agora não vão nos calar, por isso bata no peito e grite bem alto: eu mereço ser feliz. Sabe Rei, esta conquista é para você.
Ao querido Bomba ou simplesmente Éder Aleixo, essa conquista também tem o seu nome gravado nela.
Para aqueles que simplesmente foram antes da hora, com certeza, o céu está em festa e que festa linda é a alvinegra. Alô Beth Carvalho, canta alto: Vou festejar.
A nossa história não mente, andamos lado a lado, passado&presente, preto&branco, rico&pobre — esse título é nosso.
Cante alto massa, solte esse grito que ficou entalado por 50 anos. Quantas vezes a gente pensou que não ia chegar, porém chegamos e agora, mais do que nunca, merecemos comemorar.
1971 eu não vi, 2021 eu vi e participei, agora eu faço parte da história atleticana. Na quinta, ali naquele bar, eu escutei: aguenta firme, pois semana que vem tem mais. Ou seja, prevejo emoções, como tem que ser, porque vou em busca da tríplice coroa. O Brasil é preto e branco.
Mãe, obrigalo por ter me dado conforto, obrigalo por ter me dito: “Não desiste, não acabou, acalma, vamos virar”. E virou, adivinha, o Galo ganhou mais uma e essa tem um sabor especial.
Encerro este texto com uma frase de Roberto Drummond:“Se houver uma camisa branca e preta pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento…”
Por Elluh Ferreira
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.