O GALO VEM GANHANDO EM CAMPO, MAS VEM PERDENDO NAS ARQUIBANCADAS


Apesar da belíssima festa que a torcida vem fazendo nos jogos do Galo, já são três partidas com casos sérios de assédio e, contra o Juventude, dia 20 de novembro, tivemos mais um caso de racismo nas arquibancadas atleticanas.

Foto: Reprodução

O time, que vem dando um show a parte em campo, tem em alguns “torcedores” um reflexo da nossa sociedade machista e racista, a qual ainda precisa ser lembrada nos alto falantes do Mineirão, durante 90 minutos, que injúria racial e importunação sexual são crimes com penas de reclusão.

Estamos em 2021, é isso mesmo, vivemos a Era da Informação e, ao mesmo tempo, temos visto pessoas achando que preconceito é liberdade de expressão. Mas nós vamos dar um recado: isso é crime

Quanto aos racistas, Djonga também já deu o recado, o qual reforçamos: 

Não queremos ser o futuro, somos o presente. Na chamada a professora diz: “Pantera Negra”, eu respondo: “Presente””

Os casos dos últimos jogos

Os assédios. Em jogos importantes no caminho até a taça, uma torcedora não pode ir ao estádio sem se manter na defensiva contra assediadores e precisa se humilhar para provar que foi assediada. Outra é beijada a força (isso ainda acontece!) e o que seria um dia de festa vira um pesadelo. 

Foto: Arquivo Mineirão

Os racismos. A funcionária, em seu ofício, é agredida por não pegar uma cerveja. Uma família preta não consegue ver o gol, que tirou o grito de campeão da garganta de alguns, porque precisou passar o restante da partida na delegacia denunciando racismo.

Foto: Arquivo G1

Algumas campanhas que o clube promove para conscientizar os torcedores parecem ser em vão para aqueles que insistem em manter atos que são crimes inadmissíveis, além de atrapalhar a alegria das pessoas que não deveriam estar passando por tal situação.

Outro problema é o afastamento de pessoas que só queriam torcer pelo time que são apaixonadas. Perde-se a vontade de voltar ao estádio, não se sente seguro(a) em um ambiente que você, com amigos, familiares ou até mesmo sozinho(a), deve ser respeitado(a). 

Não se pode mais aceitar ter um dia tão especial “destruído” por machistas, racistas e homofóbicos. 

O clube se pronunciou sobre os casos de assédio, relatou que repudia essas atitudes. Assim como o Mineirão vem mantendo campanhas em parceria com outras entidades, como a Defensoria Pública. 

O que nós esperamos? No mínimo é que medidas sejam tomadas e essas pessoas sejam identificadas e cumpram as penalidades de acordo com os seus atos. 

Não se pode mais, no dia em que se pede consciência, assim como em todos os outros dias, tolerar racistas. Não passarão! 

Assim como machistas não passarão! Vocês precisam entender que: Lugar de mulher é onde ela quiser MESMO, inclusive no estádio torcendo pelo clube que tanto ama — sem ser importunada!

Tem que respeitar! 

Tem que respeitar todo mundo.

Anna Cardoso e Thais Santos

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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