O BRASIL É DELAS MAIS UMA VEZ!


Alvinegras batem as rivais do Palmeiras e se sagram tri campeãs brasileiras

Em noite de gala, com direito a festa da torcida na porta do hotel, bandeiras personalizadas e mosaico das torcidas organizadas, a festa antes da bola rolar já previa o que aconteceria após o apito final: o Corinthians é tricampeão brasileiro de futebol feminino.

Pouco mais de 24h após a vitória diante do rival Palmeiras, pelo Brasileirão masculino, as Brabas entraram em campo na mesma Neo Química Arena para encarar as palestrinas pela grande final do nacional. Com placar agregado em 1×0, conquistado no Allianz Parque, no jogo de ida, uma vitória simples ou um empate garantiriam o título. 

Com o mesmo time da ida, o treinador Arthur Elias optou por um esquema de jogo completamente ofensivo, estilo já característico desse Corinthians que briga até o final por todas as bolas.

O placar elástico engana quem pensa que o jogo foi dominado pelas alvinegras durante todo o tempo. O início foi muito mais favorável às visitantes, que pressionaram muito em um esquema de “perde-pressiona”, encurralando as donas da casa. Com 4 minutos de bola rolando, Yasmim sentiu o joelho e, mancando em campo, acabou deixando o lado direito fragilizado e com espaço para infiltrações das adversárias. Juliete chegou a aquecer e tirar o colete, mas a camisa 71 optou por seguir em campo. Nervosas, as corinthianas deixaram as palmeirenses chegarem algumas vezes ao gol de Kemelli.

Apesar do sufoco, com 18 minutos do primeiro tempo, a Fiel Torcida pôde, finalmente, começar a relaxar. Adriana recebeu lançamento, arrancou em velocidade, adentrou a área adversária pelo lado direito e completou a jogada com um toquinho rasteiro. Agustina, zagueira palmeirense, acabou empurrando a bola para o gol e marcando contra.

Foto: CBF/Staff Images Woman

O gol teve um efeito positivo para as corinthianas, mas negativo para as alviverdes. Como já é comum, o Corinthians cresceu muito após o gol e começou a pressionar o Palmeiras. As insistências mudaram de lado e o treinador Ricardo Belli viu seu esquema encurralado.

Com 32, Yasmim foi precisa no passe para Adriana, finalmente, deixar o dela em uma pancada certeira, ampliando o marcador em 2×0, fazendo 3×0 no agregado.

O último gol das alvinegras veio ainda no primeiro tempo, dos pés da Magic Vic, a maior goleadora do Corinthians em finais. A camisa 17 recebeu na área, dominou e fez uma bicicleta linda, deixando o placar em 3×0, com 4×0 no agregado.

Com o Palmeiras pressionado, a chance era partir para o tudo ou nada. Na segunda etapa, Ricardo Belli intensificou a ofensividade em seus corredores e até conseguiu um gol em um lançamento certeiro do meio da rua feito por Camilinha, mas não passou disso. A intensidade alvinegra na administração de um resultado praticamente sacramentado engoliu o esquema das alviverdes e garantiu o título para as donas da casa.

Em mais uma campanha impecável, o Corinthians Feminino se tornou, pela terceira vez e pelo segundo ano consecutivo, Campeão Brasileiro de Futebol Feminino. Foram 21 jogos, 18 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota, 64 gols marcados e 17 sofridos.

Foto: CBF/Staff Images Woman

Foi um campeonato de altos e baixos e, com certeza de muita superação. A goleira Kemelli, recém-chegada no início do ano, seria um plano de longo prazo para o treinador Arthur Elias, que tinha como objetivo dar oportunidade para a goleira Tainá Borges. Nas primeiras rodadas da competição, a arqueira sofreu um rompimento de LCA, dando a Kemelli a responsabilidade de assumir o posto. Contestada, a camisa 12 oscilou, teve momentos bons e maus e perdeu o posto com a chegada de Natascha. Na pausa para as Olimpíadas, Natascha se machucou e a chance caiu novamente no colo de Kemelli, que honrou a oportunidade, chamou a responsabilidade para si e teve um desempenho quase perfeito nas fases finais deste Brasileirão.

Além dela, Gabi Portilho, tida como jogadora de segundo tempo para muitos, viu uma oportunidade de ouro para se firmar na ponta-esquerda após a saída repentina de Giovanna Crivelari. A camisa 18 não deixou escapar e se tornou peça fundamental e principal desse time campeão.

No geral, o ponto forte desse time, é, sem dúvidas, o elenco. Com muito entrosamento, inteligência e principalmente um bom ambiente de trabalho, o treinador Arthur Elias e sua comissão técnica fazem questão de dividir responsabilidades e privilégios, deixando claro que todas as que fazem parte do elenco tem sua importância e seu valor na construção dessa caminhada. O título conquistado neste domingo é mais uma prova do quanto o investimento do Corinthians tem dado retorno e bons frutos. Sem dúvida, o futebol feminino foi o maior acerto do clube nos últimos anos.

Por Vic Monteiro

*Esclarecemos que o conteúdo trazido nesta coluna, não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo


Deixe um comentário

Veja Também:

Faça o login

Cadastre-se