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Argentina vence no Maracanã e acaba com o jejum de títulos

“Sinto que Deus esteve guardando este momento para mim, contra o Brasil na final e em seu país. É um grande mérito do Scaloni. Ele sempre quis o melhor para a seleção. Ele soube armar uma equipe vencedora e merece o seu reconhecimento”

-Lio Messi  

Conter as lágrimas ao ver a Argentina campeã é impossível. Parar de tremer e de suar ao ver o elenco caminhar para receber a medalha de ouro é surreal. Conter a emoção ao ver Lio Messi ser ovacionado pelos companheiros e chorar ao se ver campeão com o Manto Sagrado Albiceleste, é praticamente impossível. 

Foram 28 anos de espera, 28 anos sendo alvo de zoação de todo o mundo, 28 anos com o grito de campeão entalado na garganta. Desde 1993 não sabíamos o que era chegar em primeiro lugar no pódio e, nesse dia 10 de julho de 2021, em pleno Maracanã, a Argentina volta a gritar: É Campeã! Houve o Maracanazo, com Lio Messi de capitão e líder desse grupo e de quebra, com ele conquistando seu primeiro título vestindo a camisa Albiceleste! 

“Não há palavras para explicar este momento. Era um sonho que eu tinha desde criança. Eu fui para o Arsenal com 17 anos em busca de uma vida melhor para a minha família e, depois de muito esforço, chegou este momento, este Maracanazo” 

-Emiliano Martínez 

O jogo 

Começou da maneira como todo Argentina-Brasil: pegado! Todo mundo em campo queria a mesma coisa: levantar a taça. 

A Albiceleste foi contemplada ainda no primeiro tempo. A magia aconteceu aos 21 minutos, quando De Paul (que fez um partidaço) fez lançamento magistral para Di Maria (o Di “Magia”) dominar com seu pé esquerdo, olhar e decidir mandar a redonda por cobertura. Foi um golaço, pois o goleiro adversário sequer teve chance de pensar em defender a bola. A pelota morreu no fundo da rede e Di Maria correu para o abraço, gritando como louco, em êxtase. A torcida presente do Maracanã foi ao delírio e quem estava em casa também. O choro foi de alívio, de emoção e a gente contava o tempo para soltar o grito de Campeão. Na volta do intervalo a Argentina voltou irreconhecível, se deixando ser dominada e chegou a sofrer um gol, que foi logo anulado por irregularidade do jogador da casa.

Emiliano Martínez, herói da classificação à final, salvou a seleção ARGENTINA de levar o empate quando foi exigido e fez excelentes defesas.

A Argentina ainda vacilou em alguns lances, quando poderia ter ampliado o placar, mas o 1×0 foi suficiente para o jejum de títulos ser quebrado e a taça ser levantada por Messi. 

Primeiro título de Lionel Messi com a camisa da Argentina. Por muitas vezes ele bateu na trave, chorou, saiu de campo decepcionado. 

No começo de sua história com a camisa Albiceleste, muitos diziam que ele não tinha “identificação” com a Argentina, que não era o líder que todos esperavam, que ele não sentia o peso da camisa. 

O momento dele ajoelhado no gramado do Maracanã demonstra que, mesmo sendo criticado no começo e carregando “uma cruz” do tamanho do mundo, demonstra o quão identificado ele é com a nossa seleção, o quanto ele merecia esse título e, acima de tudo, todos pudermos ver o peso que tirou das costas ao comandar a Argentina rumo a mais um título em sua história. 

“Tinha que tirar o peso das costas de conseguir algo com a seleção, fiquei perto por muitos anos. Sabia que em algum momento ia acontecer, ia dar certo e não há melhor momento que esse”

-Lionel Messi. 

O momento do gol foi impressionante. Todos os hinchas (mesmo os mais rabugentos com a seleção), sentiram como se um elefante saísse das costas, pois passar por um jejum de títulos não é algo fácil. Impossível não se recordar de Maradona (que Descanse em paz) ao ver Lio erguer a taça no Maraca. Uma pena ele não estar mais vivo para ver essa cena, para chorar com a gente, para se emocionar ao extremo, mas ele de onde está, com certeza abençoou esse momento nosso. 

Essa geração entra para a história. Emiliano Martínez, defendeu como ninguém a meta, foi um gigante, que em uma semifinal defendeu três pênaltis, de maneira inigualável e colocou a Argentina na final. De Paul, talvez tenha feito uma das melhores partidas da sua vida diante do Brasil, armava as jogadas, defendia como um touro. Deu a assistência a Di Maria para marcar o gol do título. Di Maria, enfim, teve justiça e marcou um golaço. 

Todo o grupo está de parabéns. 

Assisti ao jogo com o terço na mão, rezando, pedindo encarecidamente para que a gente fosse abençoado com o título e a gente foi. Ainda estou sem acreditar, com lágrimas nos olhos, emocionada e aliviada pela conquista. 

É aquele típico: início de um sonho, deu tudo certo! 

Por Adriene Domingos 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.