ESTÁDIO SERRA DOURADA: A CASA ESMERALDINA


Conheça a história do Gigante do Cerrado, a casa do Goiás Esporte Clube 

Foto: Reprodução

Em mais de quatro décadas de história, o Estádio do Governo  do Estado de Goiás, popularmente conhecido como Serra Dourada se tornou um verdadeiro santuário da nação esmeraldina. Com a força da arquibancada, que pulsa ao som da torcida, o Goiás se firmou como o maior campeão da história do estádio. 

A relação vitoriosa do Goiás com o Serra Dourada começou em abril de 1975, no confronto com o Goiânia, pelo estadual. Estreia com pé direito: vitória por 2 a 0. Além disso, os números comprovam a hegemonia do Esmeraldino. Ao todo, no Serra Dourada, são 24 títulos estaduais, 2 Brasileiros da série B e 3 Copas do Centro-Oeste. 

Mas como nem só de alegrias é feita uma história, o Gigante do Cerrado também foi palco de tristezas, como a perda do título da Copa do Brasil para o Flamengo em 1990. Depois de empate por 0 a 0 no tempo normal, o rubro-negro ficou com a taça por ter vencido em Juiz de Fora, por 1 a 0. 

Em 2010, aconteceu no Serra Dourada uma das mais importantes partidas da história do Goiás: o confronto de ida da final da Copa Sul-Americana diante do Independiente da Argentina. O templo do futebol goiano se vestiu de verde e viu a mais pura sinergia entre os mais de 40 mil presentes e o time. O resultado não poderia ser outro que não a vitória: 2 a 0 no placar, festa histórica!

Infelizmente, em Buenos Aires, na partida de volta, nos pênaltis, os esmeraldinos viram o título escapar. 

ONDE TUDO COMEÇOU

Em 31 de março de 1973, no coração do cerrado brasileiro, começaram as obras do gigante e imponente Serra Dourada. Com a assinatura do arquiteto e urbanista Paulo Mendes da Rocha, o projeto foi considerado inovador pelos vãos em suas arquibancadas atrás dos gols, que diminuem o forte calor característico do centro-oeste brasileiro. 

Foto: O Popular

O Serra Dourada está localizado na entrada de Goiânia e seu nome é uma homenagem à serra do mesmo nome, antiga capital do estado. 

A inauguração foi celebrada em 9 de março de 1975 com um confronto entre a Seleção Goiana e a Seleção Portuguesa. Os mais de 79 mil presentes foram presenteados com uma virada heroica dos brasileiros, 2 a 1 no placar com gols de Lincoln e Tuíra, dois ex-esmeraldinos. Otávio marcou para os lusitanos. 

Seleção Goiana na primeira partida do Serra Dourada: em pé, Nilson, Macalé, Alexandre Neto, Matinha, Lula e Lúcio Frasson; abaixados: Fernandinho, Lincoln, o “Leão da Serra”, Paghetti, Piorra e Raimundinho (Foto: O Popular)

Depois de anos de história, o estádio foi fechado ao final de 2019 para revitalização. O “até breve” aconteceu no dia 8 de dezembro, no confronto entre Goiás e Grêmio. Vitória esmeraldina por 3 a 2 pela série A do Brasileirão. Diante do fechamento, Lincoln, o autor do primeiro gol brasileiro no estádio, declarou:

“Fico torcendo para que o público volte a frequentar e veja bons jogos. Na minha época o Serra representou um avanço para o futebol goiano. Que continue assim”, disse.

O estádio voltou a ativa em maio de 2021, no confronto entre Aliança x Serc pelo Brasileirão Feminino. Apesar dos 16 meses parado, o Serra segue com os mesmos problemas, principalmente quanto a iluminação.

ARTILHARIA

O maior artilheiro do Serra é Túlio Maravilha com 131 gols, que defendeu o Goiás e os rivais do estado. Grandes ídolos desfilaram pelo estádio, com destaque para o ídolo Fernandão, afinal, como esquecer o golaço de bicicleta pra cima do Bahia, no épico 4 a 4?

RECORDE DE PÚBLICO

O recorde de público é o da sua inauguração com 79 610 presentes (a informação é do site oficial do estadio). O recorde esmeraldino se deu em 1978, no confronto do Goiás diante do São Paulo, quando 76 583 torcedores compareceram ao estádio.

“Onde você jogar

Eu vou de coração

Com meu manto sagrado

Camisa do verdão”.

PUSKAS QUE PARIU

O Serra Dourada é o palco de grandes feitos da história do futebol brasileiro. Em 2015, o templo mostrou para o mundo o gol mais bonito do planeta. Wendel Lira, então no Goianésia, fez um gol de placa em cima do Atlético e superou Messi, na eleição da FIFA.

A PALAVRA DE QUEM ENTENDE ESSA LOUCURA

A torcida que canta até perder a voz seu amor imortal pelo Goiás, sofre com a distância de seu lar, de seu estádio, das arquibancadas. Por isso, não poderia escrever este texto sem ouvi-los, sem expressar o amor puro de um esmeraldino sobre o Serra Dourada. 

Com apenas 22 anos, Mateus Nogueira Martins é daqueles que ama a camisa e bate no peito seja qual for o momento. O esmeraldino começou a frequentar o estádio na década passada, quando o  Goiás passava por uma grande turbulência causada pelo rebaixamento e pela perda da taça da Sul-Americana. Inclusive, Mateus descreve a perda do título como uma das maiores dores do clube e da torcida até hoje. 

Suas maiores lembranças da casa esmeraldina são o título da série B com quase 40 mil presentes, diante do Joinville em 2012, e claro, um clássico sobre o maior rival em 2017. Na oportunidade, o Goiás venceu por 3 x 0 como visitante, pelo Campeonato Goiano.

Foto: Reprodução

Diante de todo amor pelo clube e pelo estádio, não poderia deixar de perguntar “Como é estar longe do estádio?”. Desta forma, encerro essa homenagem ao Gigante do Cerrado, com as palavras de quem conhece cada canto de sua imponente estrutura:

“Muito triste pelo fato de não poder acompanhar o clube do coração de perto, mas temos que enfrentar essa situação, esse distanciamento,  pelo número de mortes elevado atualmente no país. Mesmo sentindo muita falta dos jogos, a vida do ser humano tem que ser valorizada em primeiro lugar”.

por Mariana Alves

Fonte: GE 

A Redação 

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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