História do Estádio Eládio de Barros Carvalho, os Aflitos
O Estádio Eládio de Barros Carvalho, mais conhecido como Estádio dos Aflitos, levando assim o nome do bairro em que localiza-se o estádio do Náutico, é o Caldeirão que os adversários temem.
O Timbu assumiu o terreno que era da Federação Pernambucana de Futebol e construiu uma nova sede. Entre muitas reformas, o “Campo dos Aflitos” passou a ser estádio, e hoje é um dos mais antigos e tradicionais no Brasil.
Em 1930, começaram as mudanças do campo, surgindo assim os primeiros degraus da arquibancada. No dia 25 de junho de 1939, o estádio recebeu sua primeira partida, e logo um Clássico dos Clássicos, com vitória alvirrubra por 5 a 2, contra o Sport. O primeiro gol foi marcado por Wilson. Nesse mesmo ano o time alvirrubro foi campeão do Pernambucano.
O jogo de maior goleada do futebol pernambucano teve como palco esse mesmo estádio, a equipe alvirrubra venceu por 21 a 3 a equipe do Flamengo-PE.
Na década de 50 foi finalizada as arquibancadas e foi construído o placar e o “balança-mas-não-cai”, que foi símbolo do futebol pernambucano. Nessa época foi dado o nome oficial de Eládio de Barros Carvalho, que era presidente do time naquele momento. Ele foi um dos apoiadores das reformas e ampliações feitas no campo.
Viu a história do Náutico ser escrita em seu gramado, garantindo o inédito e único hexacampeonato e com ele veio o recorde de público com 31.065 pessoas em 21 de julho de 1968, onde o Timbu venceu o Leão por 1 a 0, na decisão do Pernambucano.
Pouco mais de dois anos, em um Clássico das Emoções, o Caldeirão teve o seu maior recorde, em 16 de agosto de 1970 com 31.613 pessoas dentro do Eládio para ver a vitória alvirrubra por 1 a 0.
Também viu nascer o bordão “Hexa é Luxo”, pois vencendo a final do Estadual em 1974, contra o Santa Cruz, foi assim evitado o hexa tricolor.
Na década de 80 a diretoria alvirrubra apresentou um projeto para ampliar com novas gerais, novo lance de arquibancada, mas essa obra não saiu. Em 1996 foi demolido o “balança-mas-não-cai” para aumentar as arquibancadas, e com a ajuda dos torcedores essa obra foi concluída em 2002.
Nos anos 2000 os Aflitos foi palco de muitos jogos importantes no lado bom e ruim das coisas, como a famosa Batalha dos Aflitos em 2005.
Em 2013 foi o ano da despedida, em junho deste ano o Náutico deu tchau ao seu estádio na partida contra a Portuguesa e passou a assumir o mando de campo na Arena Pernambuco. Época bem complicada para se deslocar para ver o Timbu em campo, como a Arena fica em outra cidade a 26 km do Recife, a distância era uma prova de amor.
Com a entrada de Edno Melo na diretoria do clube foi dado início a campanha “De volta para casa”, foi arrecadação de todo canto e de várias formas. Uma das maneiras usadas pela administração do clube foi a venda do gramado, o torcedor podia comprar um pedaço da grama e ir no estádio colocar, outra bastante importante foi o nome nos alambrados de vidro.
Em 2018 a reforma acabou e o grito de “voltamos para casa” em 16 de dezembro com um evento enorme com direito a jogo com ex-atletas que são ídolos e amistoso com o elenco da época enfrentando o Newell’s Old Boys. Com shows durante todo o evento, o Aflitos ficou lotado de torcedores apaixonados. Com esse retorno o Náutico alçou voos mais altos do time, é possível ver com tudo que tem acontecido, os bons momentos e títulos, incluindo o primeiro título nacional na Série C do Brasileirão 2019.
São 12 décadas de muitas histórias e glórias do clube que nasceu no Rio Capibaribe e fez morada na Av. Rosa e Silva. O Náutico de Bita, de Kuki e de Kieza. Dono da torcida mais fiel do Nordeste! #Náutico120Anos
Por: Daleth Dantas e Francyne Iasmym
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Mulheres em Campo.