BARRADÃO: ALEGRIA, EMOÇÃO E VITÓRIA!


Foto : Divulgação// EC Vitória

Saudações rubro-negra,

Antes de começar propriamente o texto sobre o nosso santuário, gostaria de deixar o meu sincero agradecimento a Alexandre Ribeiro e Luciano Santos, autores do livro que deu origem ao nosso título.  Tive a honra de mergulhar na obra que resume um pouco da história do Vitória, desde a sua fundação até 2005. Foi através dessa leitura que eu redescobri e me encantei, novamente, pelo Estádio Manoel Barradas: o BARRADÃO.  Vem comigo!!

Palco de glórias e conquistas, o Barradão é muito mais do que um campo de futebol. O Barradão é a dignidade do povo de Canabrava que por muito tempo viveu em situação precária, dividindo alimentos com urubus e cercado de lixo e doenças. Há quem ainda se importe com a gozação barata de “ lixão”, e há quem se orgulhe de toda história por trás do aterro sanitário e de como o Vitória mudou completamente a vida de Canabrava. A história do Barradas começou bem antes dele se tornar um estádio, por baixo de todo o gramado e a arquibancada que hoje rege o Manoel Barradas, existem histórias como a de Farofa, que aos 13 anos precisou trabalhar no até então aterro sanitário para levar o alimento para casa.

 “Comecei com 13 anos. Minha mãe foi acidentada no lixão, o trator passou por cima do pé dela. Quando vi minha mãe em cima de uma cama, tive de tomar uma providência e saí para trabalhar no lixão. O carro do lixo vinha, a gente pulava em cima, pegava o que tinha de pegar e descia no lixão para fazer a reciclagem. Não tive infância nenhuma, nem para estudar, minha vida sempre foi essa”– contou Farofa em entrevista ao portal UOL em 2017.

Assim como Farofa, centenas de famílias tiveram suas trajetórias modificadas devido a construção do Complexo Benedito Dourado da Luz. Onde era mato, barranco e lixo, hoje funcionam escolas, prédios, lojas, mercados. O chão barroso deu lugar ao asfalto. O ar agora exala felicidade e gratidão. 

A construção do estádio iniciou em 1980 e foi inaugurado seis anos depois, em 11 de novembro de 1986, porém só em 1994, na gestão do atual presidente Paulo Carneiro, o Vitória passou a comandar oficialmente seus jogos no “barraquistão”. Antes disso, o estádio era utilizado apenas para treinos e jogos à tarde devido à falta de iluminação adequada. 

O nome  foi uma homenagem ao ex-presidente e conselheiro do clube, Manoel Barradas, cujo o genro, foi um dos principais apoiadores financeiros nesse projeto. Atualmente, o estádio é um dos mais completos do país, com sete campos, centro de treinamento, academia, estacionamento e dois alojamentos: Chácara Vidigal Guimarães – onde os atletas ficam concentrados antes da partida e a concentração de futebol amador, Raimundo Rocha Pires. 

       Reprodução/Arena Rubro-negra

É indiscutível a importância do estádio na vida do Esporte Clube Vitória. Desde a sua inauguração até hoje o santuário rubro negro é um palco de grandes conquistas. Para se ter noção, antes do Barradão, o time vivia em uma época difícil, com apenas 10 títulos conquistados em 80 anos de vivência. Depois do santuário, o time assumiu a hegemonia no estado, conquistando 15 títulos estaduais em 20 anos, e quatro regionais. 

Quem vê assim, nem imagina o quão difícil foi erguer a nossa casa de festa. Em 1985, o elenco rubro-negro foi vítima de um surto de hepatite causada pelo aterro sanitário. Para se ter ideia, o muro que dá acesso ao setor de visitantes, por inúmeras vezes foi derrubado pelo lixo. 

Na arquibancada que entoamos e gritamos aos quatros cantos do mundo a alegria de ser rubro-negro, tem um pedacinho de luta, resistência e suor de rubro-negros que ajudaram a erguer cada “escadinha” do nosso melhor lugar. Uns com suas especialidades, outros com dinheiro, cimento, bloco, brita e até mesmo água para saciar a sede de quem fez do “lixão”, o BARRADÃO. 

Foto: Reprodução

JOGO DE INAUGURAÇÃO

Em 11 de Novembro de 1986, iniciava a história do Vitória na Toca do Leão. Em sua festa inaugural o Barradão sediou Vitória x Santos, tendo o primeiro gol marcado por Dino, atleta do Santos. Heyder de pênalti empatou. 

MILÉSIMO GOL

O gol de número mil no Barradão foi marcado em abril de 2009, por nada mais, nada menos, que Neto Baiano, fazendo jus à fama de “matador”. A partida foi contra o Atlético Mineiro, válida pela Copa do Brasil e na ocasião o Vitória venceu por 3-0.  

ARTILHEIROS

Alguns grandes nomes passaram pela Toca do Leão, porém só alguns marcaram e poucos se tornaram artilheiros. 

Neto Baiano: Um dos ídolos da galera é o artilheiro isolado com 53 gols. 

Ramon Menezes: Zagueiro Nato, o reizinho balançou as redes do Barradão em 44 oportunidades. Atualmente Ramon voltou para o Vitória, dessa vez como técnico e já garantiu seu primeiro triunfo, mostrando que nasceu para fazer história no Leão. 

Alan Delon: Com 40 gols é o terceiro maior artilheiro da Toca. 

JOGOS MARCANTES

Não tem como não lembrar da vitória por 3×2 em cima do ABC, pela Copa do Brasil. Depois de sair perdendo por 2×0, o Leão conseguiu três gols importantes, faltando apenas 15 para o término da partida e acabou avançando de fase. Os três gols foram marcados por Neto Baiano. 

Outro jogo que marcou nossa história foi em 2010, contra o Atlético-GO, e uma vitória por 4×0, colocou a equipe na final inédita da Copa do Brasil. 

Não tem como não falar de partida marcante sem falar de clássico, né?? Em 2005 o Vitória aplicou uma goleada histórica no rival por  6 a 2, pelo Campeonato Baiano. 

Foto: Reprodução Internet

RECORDE DE PÚBLICO

Já ouviu aquele ditado se tem 100, cabe 100? Ele se encaixa com o Barradas. Apesar da capacidade ser de 35 mil, em Maio de 2000, mais de 51 mil torcedores presenciaram Vitória x Juazeirense, pelo Campeonato Estadual. Um ano antes, 41 mil rubro negros assistiram o triunfo por 2 x 1 contra o Atlético Mineiro, pela série A. 

O teu pavilhão nós vamos erguer

#SRN

por Talita Silva

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Mulheres em Campo.


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