Saudações Atleticanas
Todo mundo sabe que quinta-feira (13) à noite combina com futebol, ainda mais se for com jogo da Libertadores. Atlético x América de Cali se enfrentaram nesta noite, no Estádio Olímpico Romelio Martínez, em Barranquilla.
O JOGO
Tinha tudo pra ser uma noite de um belíssimo futebol, só esqueceram de combinar com a Conmebol. O que foi visto em campo foi a banalização da vida. Não tinha clima nenhum para ser realizada a partida, jogadores sentiram na pele o que é um gás lacrimogêneo e os seus efeitos. Isso ocorreu por conta dos protestos realizados contra o governo na Colômbia. Como a partida não foi cancelada, tentamos seguir com o brilho que existe no futebol.
O jogo não valia somente a classificação do alvinegro, valia também a sobrevivência do Cali na Liberta, porém, quem saiu dando nome ao jogo foi o Galo, que buscava resolver o assunto ainda no primeiro tempo. O placar foi aberto aos 21′ e saiu dos pés do herói nordestino Hulk, porém, todo mundo sabe que a alegria do atleticano dura pouco. Três minutos depois, o Cali empatava e, com o empate, mais uma parada.
No segundo tempo as paradas deram uma diminuída e assim pôde ter um volume de jogo maior e com o Galo buscando a vitória. Com o passar do tempo, o Cali começou a sentir a pressão de estar sendo eliminado e começou a cometer mais faltas, mas o Galo não deixou se levar por isso, e com um golaço Arana ampliou o placar aos 9′. Tem torcedor de time brasileiro aí, que não vou falar qual, que chora quando vê o Arana fazendo gol e jogando bem.
Depois do segundo gol, o América de Cali saiu mais para o jogo, porém não adiantou, o Galo estava disposto a garantir a classificação naquela noite. O treinador Cuca só fez as substituições aos 30 minutos: saíram Nacho, Savarino e Keno, entraram Dodô, Vargas e Tardelli. Vargas saiu do banco para fazer um deboche de gol e finalizar a vitória atleticana. O golaço foi aos 51′. Alô, DJ Maoli, toca o hino do Galo aí.
Após a partida, durante entrevista, jogadores e o treinador Cuca falaram sobre a situação de guerra:
“Foi a pior coisa da minha vida. Particularmente, eu nunca tinha passado por isso. Não tinha condições, tanto que a gente não conseguia ficar dentro de campo, porque realmente ardia tudo. O olho, a garganta, o nariz, tudo” – relatou Guga.
“Quando você ouvia o barulho das bombas estourando, era questão de tempo para o gás vir, porque as pessoas sabem que, se estourasse lá, o vento que tem aqui ia trazer para cá. E quando vinha, vinha muito forte. E nos pegou quatro, cinco vezes” – contou o treinador Cuca.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como se já não bastasse o torcedor ser obrigado, contra a sua própria vontade, a não ir nos jogos do seu time, ainda tivemos que assistir os nossos jogadores agonizando em campo por causa de um gás lacrimogêneo. A noite desta quinta foi marcada pela irresponsabilidade de uma organização chamada Conmebol. Desde o início ela sabia que não havia clima para terem jogos na Colômbia, o mínimo a ser feito era ter desmembrado a partida para outro país. Alô Brasileiros, vamos aprender a lutar por um país melhor com os irmãos colombianos?
Eu vi torcedores que contestaram a vinda do treinador Cuca comemorando essa classificação como se não houvesse criticado, xingado e alguns até mesmo desejando sua morte, eu vi. Parece que o jogo virou e a catraca girou. Para a própria torcida que não acreditava em classificação, noite difícil.
Tem alguns jogadores que me dão gosto de chegar cansada depois de um dia de trabalho e sentar em frente à uma TV só para vê-los jogarem, Nacho, Hulk e Savarino são alguns deles. É indiscutível a qualidade que esses três têm, jogam fácil demais.
O próximo encontro do Atlético com a sua torcida será no domingo (16), pela final do Estadual, contra a equipe do América, no Estádio Independência. Vamos em busca de mais um título mineiro!
Por Elluh Ferreira
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.