Mesmo brigando até o fim, o Palmeiras não conseguiu aproveitar a vantagem e faturar a taça. Atuação vergonhosa da arbitragem também influenciou no resultado
Na noite desta quarta-feira (14), Palmeiras e Defensa y Justicia decidiram o título da Recopa Sul-Americana, que acabou ficando para o time argentino. Com direito a mais uma decisão nos pênaltis, o Verdão deixou escapar a chance de erguer o primeiro caneco da temporada 2021. O resultado foi suficiente para que nós, torcedores mais supersticiosos, já não queiram que o clube jogue finais no Mané Garrincha, deu ruim. Recorrendo ao VAR em 3 lances importantes, o árbitro uruguaio demonstrou o quão fraco e despreparado era para apitar um jogo tão importante. Em uma partida que teve de tudo um pouco, erros individuais se misturaram com os erros de arbitragem e custaram a taça.
O JOGO
O time argentino iniciou a partida colocando pressão em busca de reverter o resultado do jogo de ida. O Palmeiras conseguiu resistir e tentou aproveitar os espaços deixados pelo adversário. Em uma jogada de velocidade que começou com uma roubada de bola de Raphael Veiga, Rony – que recebeu o passe do camisa 23 – foi derrubado na área. O árbitro se fez de cego e precisou ser avisado pelo VAR para assinalar a penalidade a favor do Alviverde. Veiga cobrou e abriu o placar aos 22 minutos.
No entanto, assim como no primeiro jogo, o Defensa mostrou que não sentiu o gol e empatou aos 30 minutos. O tento deixou o adversário ainda mais entusiasmado para buscar um resultado favorável, e só não conseguiu devido às ótimas defesas de Weverton, porque o restante do setor defensivo alviverde estava bem desatento.
Os minutos finais da primeira etapa foram bastante disputados, com o time argentino cometendo muitas faltas e a arbitragem totalmente cega para os lances, mas esperar o que quando se trata de time brasileiro em competição da Conmebol, não é mesmo? O jeito é ir para cima e jogar contra dois adversários (time e arbitragem). Com as duas equipes sem conseguir ampliar o marcador, o primeiro tempo acabou com o empate que ia dando o título ao Verdão.
A etapa complementar começou movimentada e o Defensa quase virou, mas Weverton novamente salvou o Palmeiras, que respondeu logo em seguida. Patrick de Paula arrancou do meio campo e lançou pela direita para Rony, que sozinho com o goleiro, não aproveitou a chance e acabou chutando em cima de Unsain. A essa altura, a torcida já estava no oxigênio e com o desfibrilador do lado.
Aos 20’, Viña ganhou a bola perto da linha de fundo, mas foi derrubado pelo marcador, que praticamente se pendurou em sua camiseta e ainda segurou a perna do lateral. Na queda, Viña acertou um chute no adversário, que culminou em sua expulsão após revisão do VAR. O “engraçado” é que tanto o árbitro de vídeo quanto o de campo viram apenas o lance do jogador do Palmeiras, mas não viram ele sendo agarrado e derrubado. Uma lambança que mudou os rumos da partida.
Com um a menos, Abel fez mais algumas alterações na esperança de conseguir ao menos manter o resultado. Mesmo em desvantagem numérica, a equipe alviverde conseguiu encaixar alguns contra-ataques. Em um deles, Veron recebeu de Patrick e estava livre para bater, mas mandou em cima do goleiro e ainda saiu lesionado (outra vez). O Verdão ia se segurando como podia, sendo pressionado pelo adversário que lutava para virar o jogo, e virou já nos acréscimos, para nosso desespero. Empereur vacilou na saída de bola, que àquela altura deveria ser chutão, Benitez ficou com a sobra e acertou uma bomba que nem Weverton conseguiu salvar. Fomos para mais 30 minutos de agonia.
Para desespero da torcida que canta e vibra, fomos à prorrogação. Logo nos minutos iniciais, Rony recebeu ótimo lançamento de Felipe Melo e sofreu pênalti novamente. Após o lance, Braian Romero iniciou uma confusão e acabou expulso. Assim como no tempo normal, o juiz não viu a falta e precisou ser acionado pelo VAR para validar a penalidade. Gómez cobrou mal e desperdiçou a chance de botar o Verdão na frente outra vez. Devido ao tumulto, a primeira parte da prorrogação teve acréscimos, mas nenhuma das duas equipes conseguiu alterar o placar.
A segunda parte da etapa adicional não teve maiores emoções, uma vez que os dois times já estavam totalmente cansados. Abel usou sua última substituição para colocar Luiz Adriano em campo, quando poderia muito bem ter optado por Willian. Sem muitas chances dos dois lados, quem venceu a prorrogação foi o cansaço, que levou a decisão para os pênaltis.
Nas cobranças, Gabriel Menino, Gustavo Gómez e Rony converteram para o Palmeiras. Luiz Adriano que nem cansado estava conseguiu desperdiçar sua cobrança. O adversário teve 4 ótimas batidas, que mesmo acertando alguns lados, Weverton não conseguiu chegar na bola a tempo. O goleiro inclusive deu a cara à tapa e bateu o quinto, mandando a bola no travessão e encerrando de vez as chances do Verdão ser campeão. No entanto, nosso arqueiro tem tanto crédito que nem tem como culpá-lo pela cobrança perdida. Outro que devemos elogiar é Rony (já criticamos muito), que mesmo cansado lutou até o final, inclusive na hora de cobrar o pênalti. O camisa 7 bateu consciente e converteu, diferente de Luiz Adriano que mesmo descansado bateu errado.
Foram duas disputas de título nos pênaltis em um intervalo de 3 dias, o que nos leva à velha conversa de reformulação do elenco, pois ficou claro quem merece ficar e quem não.
A temporada 2021 está apenas no início, e esse é o momento para se ajustar o elenco. O próximo compromisso do Palmeiras é o Choque-Rei nesta sexta (16), às 22h, no Allianz Parque. A partida é válida pelo Campeonato Paulista.
“PALMEIRAS MINHA VIDA É VOCÊ!”
Por Vânia Souza
*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo