ARENA CONDÁ: A CASA DA CHAPECOENSE


No dia 6 de fevereiro de 1980 foi fundado, próximo ao centro da cidade de Chapecó, o Estádio Regional Índio Condá, administrado pela Associação Chapecoense de Futebol. 

O estádio recebeu este nome como forma de homenagem a um dos líderes dos Kaingang, o Cacique Vitorino Condá. Vitorino foi um dos principais defensores do seu povo, lutou pelo direito à terra e conseguiu garantir que seu povo ficasse nas terras conquistadas.  Além de ser um símbolo de paz e união, é também símbolo de resistência.

A importância do Índio Condá é tão grande, que ao chegar na entrada do estádio podemos vê-lo lá, de modo imponente guardando e defendendo os seus.

Foto: Reprodução da Internet

A primeira partida realizada no estádio foi entre Chapecoense e Internacional, e o Verdão do Oeste foi derrotado com placar mínimo. Bira marcou para o Colorado.

Com capacidade para 15 mil pessoas, o Estádio Regional Índio Condá, alcançou seu maior público em 2007, foram 15.621 torcedores, na final do Campeonato Catarinense, entre Chapecoense e Criciúma. Na oportunidade, a Chape venceu por 1 x 0, conseguindo um empate na segunda partida longe de casa, e portanto, sagrando-se campeã daquele ano.

Com a rápida ascensão do Verdão do Oeste, viu-se a necessidade de aumentar a casa da Chapecoense. Em 2008 as mudanças começaram com a demolição de algumas alas e a construção de novas, mais modernas.

Em 1º de fevereiro de 2009 nascia a Arena Condá, apesar da reforma ter sido dividida em partes e de não estar finalizada ainda. A primeira partida da Arena, foi entre Chapecoense e Brusque. Neném pelo Verdão do Oeste, marcou o primeiro gol e a Chape venceu por 4×1.

A última etapa da reforma foi finalizada em 2014, mesmo ano em que a Arena atingiu o maior público, até agora, em partida diante do Grêmio com 19.175 torcedores.

Foto: Reprodução da Internet 

ARTILHEIRO

O maior artilheiro da Arena Condá é o atacante Bruno Rangel, que chegou ao Verdão do Oeste em 2013. O atleta terminou o Campeonato Brasileiro Série B, daquele ano como artilheiro da equipe e o maior marcador do campeonato, com 31 gols marcados em 34 partidas. Em breve afastamento da equipe, em 2014 Bruno foi para o futebol Árabe, mas retornou no mesmo ano. 

Bruno Rangel tem um total de 81 gols em 169 partidas pela Chapecoense, mas, infelizmente, a contagem foi interrompida em novembro de 2016. O atleta estava no avião da LaMia que levava a equipe da Chapecoense, jornalistas e convidados, para a Colômbia, onde o Verdão do Oeste disputaria a final da Copa Sul-Americana, porém, um trágico acidente acabou com 71 mortos e 6 sobreviventes.

MEMORIAL

Infelizmente não temos como lembrar da Chapecoense sem lembrar da tragédia. No dia 22/12/2017 foi inaugurado na Arena Condá um memorial dedicado aos nossos heróis, vítimas do acidente com o avião da LaMia. Assinado pela arquiteta Monyk Dávi (nora de Davi Barella Dávi, apaixonado pela Chapecoense e por Chapecó e uma das vítimas fatais do acidente), pela paisagista Hariet Hugentobler Hexsel. Paulo Consentino foi quem fez a arte que pode ser vista na Ala Norte da Arena, com o nome de “Gol Eterno”. 

O memorial conta com uma fonte com o mapa da América do Sul em relevo, com dois pontos de luzes que simbolizam a união entre as nações, um ponto está em Chapecó e outro em Medellín, local onde a equipe disputaria a primeira partida da final. Em volta da fonte tem 71 pontos de luzes brancas e 71 quedas d’água que representam o número de vítimas fatais. Na borda está o nome de cada guerreiro. Em homenagem aos sobreviventes brasileiros, em frente à fonte, marcados no concreto estão os pés e as mãos deles, Alan Ruschel, Jackson Follmann, Hélio Neto e Rafael Henzel. Ainda foram plantados 6 ipês brancos, uma homenagem à vida.

Neste mesmo memorial, foi enterrada uma cápsula do tempo, dentro dela há cartas de torcedores, que serão abertas em 43 anos.

Foto: Reprodução da Internet 

VAZIO

Desde o início da pandemia do Covid-19, as partidassão realizadas sem público nas arquibancadas. Em 2020, mais uma vez a Chapecoense alcançou um feito incrível, ao ser campeã da Série B do Campeonato Brasileiro, embora as arquibancadas vazias da Arena Condá, era possível ouvir ecoar o grito de cada torcedor, cada guerreiro Condá, espalhados por Chapecó e pelo Brasil. 

A esperança é que em breve, e com segurança, possamos ver novamente nosso estádio lotado de torcedores Condá, que possam apoiar, torcer e vibrar pertinho do nosso Verdão.

Vamos, vamos Chape!

Por Kelly Cristine Janiro

Fonte: www.estadios.net/arena-conda/

chapecoense.com

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Portal Mulheres em Campo.


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