RACISMO NO FUTEBOL


No canto inferior direito, em cima da última letra da faixa estendida, o cartaz que contém os dizeres racistas direcionados ao jogador Malcom. (Fonte: Reprodução/ Twitter). 

O futebol une as pessoas. O futebol é amor às cores do clube pelo qual somos apaixonados. O futebol é se largar tudo numa tarde de domingo e se juntar aos amigos para ver o jogo no estádio ou em qualquer lugar. O futebol é festa na arquibancada, é canto da torcida, é a expectativa de gol, é a ansiedade para que seu time do coração erga mais uma taça, mas essa semana o futebol é racismo. O caso acontece lá na Rússia. Um dos times mais populares do país, o Zenit, que é conhecido pela tradição de não ter jogadores negros, contratou o seu terceiro jogador de pele negro nesta temporada. Trata-se de Malcom, que atuava no Barcelona e se transferiu para lá última semana. Além dele o clube conta com outro brasileiro, Douglas Santos (ex-Atlético-MG) e também o colombiano Wilmar Barrios (ex-Boca Juniors). 

Acontece que, na estreia de Malcom com a camisa do Zenit, uma faixa estendida pelos ultras na arquibancada chamou a atenção de todos e continha os seguintes dizeres:

Obrigado, diretoria, por respeitar a tradição” 

Segundo um comunicado escrito em uma rede social do clube, os cartolas afirmam que a frase escrita foi interpretada de forma errônea. O comunicado continha as seguintes palavras:

“O Zenit tem uma longa tradição de convidar os melhores jogadores de Todo o mundo para o clube, independentemente do seu passado, etnia ou nacionalidade. Há muito que o clube apoia e instiga iniciativas antirracistas, de inclusão e igualdade”. 

Além disso, o clube usou as suas redes sociais para exibir um vídeo do jogador Malcom entrando em campo, sob aplausos dos torcedores, e com a seguinte legenda:

“Veja você mesmo, não pelas palavras dos outros”. 

Não sei até que ponto a torcida “manda” no time, mas eles também tem sua própria  página em uma rede social, onde estão descritos várias parâmetros para as contratações do clube. Uma delas é que os jogadores contratados sejam apenas europeus e há uma parte inteiramente dedicada aos negros, que não são considerados bem-vindos. 

Na seção dos negros  é descrito o seguinte:

Nós não somos racistas. Para nós a ausência de jogadores negros no Zenit é apenas uma tradição importante, enfatizando a entidade do clube e nada mais. Graças a sua preservação, o Zenit no mundo do futebol tem o seu próprio rosto, juntamente a um pequeno número de clubes de  futebol que também mantêm essas fundações. Nós, como o clube mais setentrional das principais cidades europeias, nunca nos conectamos mentalmente com a África”. 

A equipe russa está fazendo de tudo para tirar o rótulo de racista que tem, mas essa não é a primeira e nem será a última vez que isso acontecerá. Inúmeros foram os casos levados à entidade europeia e também a Federação Russa, mas as devidas providências não foram tomadas. Já teve jogador de time adversário que reclamou sobre a torcida do Zenit imitar macaco na direção deles, até banana já foi lançada ao gramado, mas o silêncio em relação a esse assunto por parte das entidades responsáveis é ridículo. Não se pode abaixar a cabeça para esse tipo de atitude medíocre. 

O Zenit é a vergonha da Rússia! 

Adri Domingos 


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