EL CLÁSSICO: O CLÁSSICO DOS GIGANTES


Foto: Reprodução/Wikipedia

Certamente você já se perguntou como começou essa rivalidade do El Clássico, por serem times de cidades diferentes (Catalunha e Madrid) e por ser uma rivalidade maior do que com times da própria cidade.

Bom, viemos esclarecer de uma forma simples como tudo começou e, é claro, relembrar as partidas marcantes das colunistas que vós escrevem.

A rivalidade entre os Catalães e Madrileno vai além de Lionel Messi x Cristiano Ronaldo. De um lado temos o Barcelona, que junto com seu povo catalão vai em busca da sua independência. A famosa Catalunha tem a sua história marcada por uma realidade de política autônoma até o século 18, quando perdeu seus direitos ao ser incorporado ao Reino de Espanha, sendo colonizada à força. E do outro temos o Real Madrid representando o poder centralizador de Madrid. 

Na maioria dos países, os clássicos que chamam atenção do povo são dos clubes da mesma cidade. Já a rivalidade na Espanha é movida por filosofias políticas distintas e contrárias, com o “ódio” entre os catalães e madrilenos. 

A rivalidade no futebol entre os dois times cresceu na década de 50, após o fim da guerra civil, quando o time Madrileno conseguiu tirar do Barça o craque argentino Di Stefano, graças a uma decisão judicial. 

Em maio de 1953, Alfredo desembarcou em Barcelona, mas o Real, que também monitorava o jogador, entrou em ação. O governo ditador de Francisco Franco baixou uma lei que proibia a contratação de jogadores estrangeiros. O argentino seria a exceção desde que o Barcelona aceitasse dividir com o Real; o acordo previa que o atacante jogaria duas temporadas em cada clube de modo alternado. No fim, o presidente catalão Marti Correto, abriu mão do “flecha loira” e o atleta ficou no Real em definitivo.

O resto acabou virando história, mas com o passar do tempo, o Barça tornou um dos maiores símbolos da resistência catalã, a frase “Més que un Club” é a prova real disso. Enquanto o Real Madrid, até pelo próprio nome, se tornaria uma das expressões do governo central. 

Desde então, a rivalidade cresce ao longo do tempo, tendo como importante diferencial a filosofia dos próprios clubes. O time da Capital espanhola “torra” milhões a cada temporada em busca de novos astros, enquanto o Barcelona tem seu estilo diferente apostando na categoria de base, buscando revelar novos talentos, formando assim uma das gerações que mais marcou nome em sua história: Messi, Xavi, Iniesta entre outros.

Algo que também alimenta essa rivalidade é a presença marcante de jogadores estrangeiros: Messi x Ronaldo, que a cada jogo encantavam o mundo com seu talento, gols, dribles e lances geniais. Falando em números, o vencedor desse duelo é ninguém menos que Lionel Messi, sendo o maior artilheiro da história do confronto com 27 gols, maior número de assistências (14), além de estar na lista dos 5 jogadores que conseguiram marcar mais que um hat-trick.

Certamente o El Clássico pode ser comparado com um filme, seja de ação, drama ou até mesmo terror, dependendo do telespectador. Com cenas de emoções, polêmicas, traição, debate e análises. Um perfeito roteiro cinematográfico.

Confrontos:

As duas equipes jogaram pela primeira vez no dia 13 de maio de 1902, em Madrid. O duelo estava sendo válido pela semifinal da copa da Coroação (conhecida hoje em dia como Copa do Rei). O jogo terminou com o time da catalunha vencendo por 3×1. 

Arthur Johnson foi quem abriu o placar para os donos da casa, mas o alemão Steinberg fez dois e Henry Morris ampliou virando o placar para os catalães.

Falar de El Clássico é também falar de Alfredo Di Stefano e Luís Figo. Dois ícones que por motivos distintos alimentam bem a chama da rivalidade. No dia 23 de novembro de 2002 foi o dia. Figo, que ficou ausente do clássico na rodada anterior, voltou a solo catalão como inimigo, e o mau momento vivido por ambos times alimentou ainda mais o ambiente. 

Michel Salgado havia desistido de cobrar os escanteios merengue, e o camisa 10 foi quem se encarregou da tarefa, em péssima hora. O relógio marcava 72 minutos quando Figo dirigiu para a bandeirola e a reação da torcida adversária fez se sentir imediato. 

Caiu de tudo, literalmente, com o objetivo de intimidar o traidor Luís Figo. O português foi hostilizado durante o jogo e não conseguiu bater o escanteio. 

A partida foi paralisada e depois terminou empatada em 0x0.

Foto: Site ESPN

Outro clássico que ficou marcado foi o “Clássico das Garrafas”, a partida aconteceu no estádio do Madrid, válida pela Copa Do Rei, onde os catalães venceram a partida por 2×1. Os torcedores do rival reclamaram de um pênalti não marcado pelo árbitro e foi aí que a confusão começou. A torcida madridista arremessou garrafas e outros objetos ao gramado para protestar. E foi essa chuva de vidros a responsável pela proibição de vendas de garrafas em todos os estádios espanhóis.

Falando sobre o eterno país do futebol, Barcelona e Real Madrid sempre tiveram bons brasileiros em seus elencos. Um deles é apenas Ronaldinho Gaúcho, que marcou história com a camisa Culé. Uma de suas partidas marcantes para a história do futebol mundial aconteceu no dia 19 de novembro de 2005.

A disputa era válida pelo Campeonato Espanhol, e a equipe comandada pelo holandês Frank Rijkaard, chegava na capital espanhola como favorita.

Como esperado, a equipe Blaugrana saiu vitoriosa da partida, 3×0 no placar com Samuel Eto’o sendo o responsável por abrir o placar a favor do Barça. Restou a Ronaldinho marcar dois golaços e ser aplaudido de pé pelo torcedor do Real Madrid presente no estádio merengue.

Naquele mesmo ano o jogador brasileiro foi o vencedor da Bola de Ouro. 

Ao todo temos 244 jogos com incríveis 96 vitórias para as duas equipe e 52 empates. Em questão de gols marcados, o time de Madrid leva vantagem, são 406 contra 396. 

Vida longa ao El Clássico que para o mundo quando os times se enfrentam.

FOTO: Divulgação/Internet

Por: Rhayanne Athyrssa e Thais Santos

*Esclarecemos que os textos trazidos nesta coluna não refletem, necessariamente, a opinião do Blog Mulheres em Campo.


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