Vamos falar sobre a Copa do Mundo da França? Em 2019, as mulheres estão em alta nas discussões das bancadas de futebol. As “steel roses” formam uma das seleções que se destaca entre os times da Confederação Asiática — a China. Também conhecidas como “The Iron Roses”, as rosas, seja de ferro, seja de aço, são treinadas atualmente por JIA Xuquan.
Esta é a 7ª Copa do Mundo que a equipe chinesa participa, em 8 edições do campeonato. O esporte não é o mais popular no país, e o futebol feminino não desperta muito o interesse dos chineses, mesmo a seleção tendo maiores chances de ser campeã comparada ao grupo masculino.
Não muito diferente com o que acontece em diversas partes do mundo, na China, o futebol feminino passa por dificuldades com pouca publicidade e valorização. Porém, a luta das chinesas também segue os caminhos que o restante do planeta, apresentando bons resultados mesmo com escassez de dinheiro e mostrando que futebol também é coisa de mulher.
Uma coisa é certa: se for falar de futebol na China, a seleção feminina é exemplo de garra e determinação. País tradicional, em que os mais velhos, e até mesmo as novas gerações, veem as mulheres no futebol como uma afronta aos preceitos sociais.
Muitas das histórias das jogadores surgem com o amor de seus pais pelo futebol e a falta de um filho homem (algo que ainda é determinante para a vida de muitas meninas em relação a esse esporte). Um exemplo é a jovem Liu Chang que, aos 11 anos, busca no futebol uma oportunidade para fazer algo que aprendeu a amar. Escondida da avó ela enfrenta mais que o sistema, mas também a tradição familiar.
“No início eu não queria jogar, mas meu pai me mandou aqui”, diz ela. “Minha avó costuma dizer que as meninas não devem jogar futebol, mas fazer dança ou tocar piano”. acrescenta. (FONTE: Futebol feminino não decola na China)
Episódios de machismo, silenciamento e exclusão marcam as seleções de futebol femininas, mas, nada disso apaga as belíssimas histórias para se contar. No caso chinês, o destaque vai, principalmente, para a Copa da Ásia feminina, da qual elas levantaram o caneco 8 vezes — 1986, 1989, 1991, 1993, 1995, 1997, 1999 e 2006.
Foram 20 anos que deram para a seleção outras vitórias importantes, como o 2º e 4º lugar nas Copas do Mundo de 99 e 95, respectivamente, além da prata em 1996 nos jogos olímpicos, em partida contra as norte americanas. Nos últimos anos, os números não foram tão felizes, mas a Copa de 2019 pode ser o retorno das chinesas aos holofotes do futebol feminino.
No dia 27 de maio, foram confirmadas para os jogos no território francês:
Goleiras: 1-Xu Huan (Beijing), 12-Peng Shimeng (Jiangsu), 18-Bi Xiaolin (Dalian);
Defendoras: 2-Liu Shanshan (Beijing), 6-Han Peng (Guangdong), 14-Wang Ying (Wuhan), 8-Li Jiayue (Shanghai), 5-Wu Haiyan (Wuhan), 3-Lin Yuping (Wuhan), 22-Luo Guiping (Guangdong);
Meio de campo: 19-Tan Ruyin (Guangdong), 13-Wang Yan (Beijing), 16-Li Wen (Dalian), 20-Zhang Rui (Changchun), 21-Yao Wei (Wuhan), 4-Lou Jiahui (Henan), 7-Wang Shuang (Paris Saint Germain-FRA), 17-Gu Yasha (Beijing), 23-Liu Yanqiu (Wuhan);
Atacantes: 9-Yang Li (Jiangsu), 10-Li Ying (Guangdong), 11-Wang Shanshan (Dalian), 15-Song Duan (Dalian)
As rosas de aço têm pela frente a Alemanha, África do Sul e Espanha. Um grupo difícil e com uma das grandes favoritas já no primeiro jogo, que deve mostrar a força das chinesas diante da toda poderosa Alemanha — no dia 08 de junho, às 10 horas.
No dia 13, a China enfrenta a África do Sul, às 16 horas, e para fechar a rodada do grupo B, o jogo contra a Espanha acontece no dia 18, às 13 horas.
Mesmo com a pouca visibilidade no próprio país, pelo mundo afora a torcida vai ser grande pelas meninas que encontraram no futebol mais que um esporte, e, sim, uma maneira de enfrentar o sistema — que tenta dizer o que a mulher pode ou não pode fazer —, dessa forma elas deixam claro que lugar de mulher é onde, como e quando ela quiser!
Estou com vocês steelroses!
Por Anna Gabriela