Dare to shine: The Argentina is ready!


Foto Oficial para a Copa do Mundo. (Foto: Site Oficial da Argentina)

Se houve uma classificação para a Copa do Mundo Feminina mais sofrida que a da Argentina, eu desconheço. Meus amigos, conseguimos a classificação na repescagem e foi emoção do começo ao fim. No final fomos coroadas e TEREMOS AS ALBICELESTES NA COPA SIMM!

A Argentina não chega a Copa do Mundo como favorita, mas chega como uma seleção que dará trabalho para suas adversárias. Temos tradição, a camisa pesa, nossas jogadoras sabem que precisam jogar com raça, e isso sobra até demais nas Albicelestes.

Antes de entrarmos profundamente sobre como a seleção assegurou sua vaga para a Copa, vamos nos lembrar de onde tudo começou.

Não é segredo para ninguém o quão nosso mundo é machista e antigamente esse pensamento pequeno, infelizmente era mil vezes maior. Na Argentina o esporte é praticado desde 1930, mas conseguiu sua profissionalização apenas em março deste ano. Várias jogadoras de times como Boca Juniors, San Lorenzo, UAI Urquiza falaram sobre as dificuldades vivenciadas para tal conquista.

Em 1971, nossas hermanas participaram do mundial no México, e mesmo viajando sem chuteiras, e sem sequer um treinador, venceram a Inglaterra por 4×1.

Todo esse protesto feminino para que ocorresse a profissionalização do futebol só aconteceu após Macarena Sánchez, ser demitida do UAI Urquiza e criar movimentos exigindo reconhecimento profissional. A jogadora chegou a receber ameaças de morte, logo depois de denunciar o seu clube para ser regularizada. Grande parte das jogadoras trabalham com outras coisas e tem que pagar suas despesas como transporte, chuteiras, roupas e seguro médico, do próprio bolso. Poucas podem contar com preparador físico ou fisioterapeuta e obter nutricionista é praticamente um luxo.

“Algumas pagam uma cota (de sócias ao clube) e se falta para o médico, a segurança ou a ambulância, elas têm que vender rifas ou colocar dinheiro do próprio bolso para poder jogar”, diz Florencia Quiñones, de 32 anos, volante do Boca Juniors.

Mesmo com a profissionalização, as equipes ainda passam por grandes problemas e infelizmente parece que vai custar muito tempo para mudar esta história. As atletas pedem apenas um salário para poder jogar, elas recebem vales para refeição e transporte público e algumas chegam a treinar com fome.

Em seu pronunciamento, a Associação do Futebol Argentino (AFA) disse que fará o futebol feminino igualitário com o masculino, tendo um esporte melhor. O Presidente da AFA, Claudio Fabian Tapia, disse que acompanhará os times para que as mudanças sejam contínuas e que os patrocinadores da seleção argentina masculina, estão bastante interessados em estar juntos no processo.

“Estamos trabalhando para poder realizar um centro de alto rendimento para o futebol feminino na cidade de Buenos Aires. Me parece que será um aporte importante”, disse Tapia.

Será criada uma competição similar à Copa Argentina masculina, que se chamará “Fútbol en Evolución” (futebol em evolução), com o objetivo de promover o futebol feminino pelo interior da Argentina.

As Albicelestes conquistaram a classificação após empatar por 1×1 com o Panamá.
(Foto: Site Oficial da Argentina)

CLASSIFICAÇÃO HEROICA

Além de Macarena, a seleção da Argentina que também é muito prejudicada, lutou pelo movimento e conseguiu a classificação para a Copa do Mundo na França após 12 anos, com muita esforço e protestos para as melhores condições de trabalho.

“Depois o que acontece é que a seleção argentina não consegue um bom desempenho. Mas ninguém vê que nós não podemos viver disso”, desabafou Gómez Ares, meia do Boca Juniors.

A classificação veio no dia 13/11/2018, uma terça-feira que jamais será esquecida pelos argentinos. O palco desse grande jogo foi o Rommel Fernández, na capital panamenha, contra a equipe da casa, em jogo de volta da repescagem. Florencia Bonsegundo anotou o gol de empate contra o Panamá que deu a classificação para a Argentina. A equipe chegou a repescagem após ficar em terceiro lugar na Copa América, atrás de Brasil e Chile.

Essa é a terceira participação da Argentina na Copa do Mundo, a primeira foi nos Estados Unidos (2003), onde ficou em último lugar e na China (2007), onde também terminou na última colocação.

Foram (e ainda são) várias lutas que as meninas da Argentina passaram, e conseguir a classificação após longos anos, é um marco impressionante. Essa classificação veio para coroar todos os perrengues passado pelas Albicelestes e falta só o título, para ser a cereja do bolo.

A zagueira Aldana Cometi comentou sobre a classificação da equipe para a Copa do Mundo:

“É uma honra e um sonho que virou realidade, estamos muito felizes, é algo que procuramos desde o início da Copa América, faltou pouco para obter, mas agora chegou o momento através desta repescagem e, felizmente, alcançamos.”

As Albicelestes ficaram dois anos sem treinador e em 2017 fizeram uma greve por recursos básicos. Vale lembrar que em um amistoso disputado no Uruguai, elas tiveram que dormir dentro do ônibus por falta de reservas de hotel. Todas as dificuldades vividas pelo elenco comandado por Carlos Borrelo servirão de total motivação e força para essa Copa do Mundo.

“Estamos tão acostumados a lutar contra a discriminação, a desigualdade e a falta de recursos que nos tornamos mais fortes por isso. Estamos mais unidos e endurecidos pela batalha, e isso nos impulsiona quando nos deparamos com os principais lados”, disse Banini

Comemoração das Albicelestes no jogo da Classificação
(Foto: Site Oficial da Argentina)

DESTAQUE

“Eu já vi o gol muitas vezes e isso me dá arrepios. Há tantas emoções que você passa quando assiste e se lembra. Foi único”

O grande destaque da seleção é a autora dessa frase. Maria Florencia Bonsegundo, foi a meia-atacante que marcou o gol de empate no jogo contra o Panamá que ajudou a assegurar a classificação da Argentina. Bonsegundo é uma das capitães da Albiceleste na França 2019, e espera poder ajudar a equipe a conquistar sua primeira vitória em uma Copa do Mundo.

A jogadora sabe que caíram em um grupo difícil e que vão ter que jogar bastante se realmente almejam algo bom para a competição.

“Vai ser um grupo muito difícil, mas é uma maneira de nos apresentarmos para a competição e dizer: ‘Esta é a Copa do Mundo e esses são os jogos que você tem que jogar’. A Argentina vai lutar e o bom é que sempre jogamos para vencer. ” Completou Bonsegundo.

Outra jogadora destaque da Copa da França é a Capitã Estefania Banini, que além de carregar a braçadeira de capitã é a dona da camisa camisa 10. Banini divide seu amor pelo jogo com seu pai, a meio-campista é bastante brincalhona no camarim e gosta de colocar a música e orquestrar as piadas.

A Argentina participará da próxima Copa das Nações da Austrália, onde os anfitriões, a Coreia do Sul e a Nova Zelândia (que são participantes da Copa do mundo de 2019 da França) estarão disputando o primeiro título.

Além de Banini e Bonsegundo, possuímos um bom grupo e que venhamos estar conquistando a vitória a cada jogo e quem sabe não ficar com a taça ?! Fé é o que não irá faltar!!

As 23 convocadas que vão lutar para fazer história:

Goleiras: Vanina Noemí Correa, Gabriela Nicole Garton, Solana Gabriela Pereyra;

Defensoras: Virginia Leonor Gómez, Adriana María Sachs, Gabriela Patricia Chávez, Agustina Barroso Basualdo, Natalie Giselle Juncos Flores, Aldana Cometti, Eliana Noemí Stabile;

Meio-Campistas: Miriam Anahí Mayorga, Flavia Lorena Benítez, Dalila Belén Ippolito, Estefanía Romina Banini Ruiz, Vanesa Santana, Linda Ruth Bravo, Mariela del Carmen Coronel;

Atacantes: Mariana Valeria Larroquette, María Belén Potassa, Milagros Abigaíl Menéndez, María Florencia Bonsegundo, Yael Damaris Oviedo, Florencia Soledad Jaimes.

Nossa agenda de Jogos:

1° Jogo – Argentina x Japão – 10\06 (Segunda-feira) – 13:00 (Horário de Brasília)

2° Jogo – Argentina x Inglaterra – 14/06 (Sexta-feira) – 16:00 (Horário de Brasília)

3° Jogo – Escócia x Argentina – 19\06 (Quarta-Feira) – 16:00 (Horário de Brasília)

Vamos, vamos Argentina

vamos, vamos a ganar

que esta barra quilombera

no te deja, no te deja de alentar.

Por: Thais Santos

Fonte: Fifa.com

Site Oficial da Argentina


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