Se no Brasil, o futebol feminino não é tão valorizado e ainda sofre com o machismo e discriminação, na Suécia, a história é completamente outra. Atualmente o país é uma das elites do futebol feminino, ocupando a 9° posição no ranking da FIFA. Além disso, as suecas participaram de todas as Copa do Mundo Feminina, sendo vice-campeã em 2003, seu melhor resultado.
Apesar de todos esses fatos, existem sim problemas que ainda precisa de soluções. Mesmo com a 3ª liga mais importante do mundo no futebol feminino, a Suécia ainda dá mais atenção, ao dinheiro e aos homens.
Esse ciclo vicioso, já começou a dar frutos. Em 2014, por exemplo, um dos principais clubes do país, o Tyreso FF simplesmente faliu. A equipe chegou até a final de Uefa Champions League, mas acabou se enrolando em dívidas enormes e teve que decretar a falência.
Em seus tempos de glória o time teve a presença da jogadora brasileira Marta. Ou seja, a Suécia está sim, anos luz à frente do Brasil, porém apesar de tudo isso, assim como no Brasil as suecas também sofrem com problemas.
Durante uma entrevista à Dibradoras, coluna do site UOL Esportes, a ex- capitã da seleção sueca e jogadora do Rosengard por 13 anos Therese Sjögran, falou sobre as dificuldades que as mulheres suecas enfrentam:
” O futebol masculino gera mais dinheiro e, por isso, é justo que receba mais dinheiro. Mas a diferença que existe hoje não pode ser considerada razoável”.
O presidente do Rosengard entre 2014 a 2016, Klas Tjebbes também falou sobre a dificuldade de manter o futebol feminino.
“Eles colocam todo o dinheiro no futebol masculino.Na Champions League, por exemplo, 99,8% do dinheiro vai para a Champions League masculina, e só 0,2% vai para a Champions feminina. O torneio feminino sequer pode usar o hino da Champions nos seus jogos. Isso é um escândalo”, protestou.
O único clube onde o futebol feminino é tratado como profissional na Suécia é o Rosengard.
“Na Suécia, assim como no resto do mundo, o futebol feminino é ainda algo muito menor do que o masculino. Isso é natural, já que os homens jogam futebol há 120 anos, e as mulheres começaram nesse esporte em um movimento recente, desde 1970 de uma maneira organizada aqui na Suécia. Diante disso, o futebol feminino tem cerca de 10% do público, dos patrocínios e da cobertura da mídia em comparação com o futebol masculino. Isso é natural, porque o futebol feminino vai continuar se desenvolvendo para chegar lá. Muita coisa já melhorou, mas acho que o problema é que tudo anda muito devagar”,explicou o ex-presidente do Rosengard.
CONHECENDO A SUECAS
A seleção sueca, estará no grupo F da competição ao lado da favoritas americanas, das estreantes chilenas e das tailandesas. A grande estreia será dia 11, diante do Chile.
O seu maior trunfo nessa competição é a atacante Stina Blackstenius. Com fortes chutes e dribles desconcertantes, a atacante foi peça importante durante as eliminatórias para a Copa, fazendo três gols em sete oportunidades. Outro destaque é Nilla Fischer, que disputará sua quarta Copa.
A meio campista, tem três títulos alemães e um de Champions League , além de uma medalha de bronze e uma medalha de prata nas Olimpíadas. O Mundial da França marcará sua despedida das Copas, mas é provável que ela esteja nas Olimpíadas do ano que vem.
O uniforme sueco, trará o reconhecimento à grande mulheres da sociedade local. A apresentação foi no dia da Mulher, 08 de Março, e o modelo é um relançamento da copa de 94, porém com uma pitada de novidade, os números nas costas trarão 48 rostos de mulheres suecas.
São mulheres que atuam ou atuaram na área futebolística e também fora dela. Um desses rostos é da técnica Pia Sundhage, uma das maiores da história do futebol, além da Rainha Cristina, uma das monarcas mais exaltadas do país.
A ideia veio das atletas, juntamente a federação. A camisa 8 ainda não foi preenchida, e as fotos serão escolhidas pelo público.
“É uma honra estar envolvida e continuar construindo o sucesso que muitas jogadoras fantásticas antes de mim pavimentaram. Ter pessoas para se inspirar realmente foi crucial a mim, dentro e fora de campo. Então, com a vitrine que a seleção é, queremos que nossa ideia sirva para prestar um tributo ao passado e as pessoas conheçam estas mulheres”, declarou a meio-campista Elin Rubensson.
MÚSICAS QUE EMBALAM A TORCIDA
Outra proposta para unir a torcida e o time, foi a escolha de três canções para a Copa do Mundo. Tamanha a união do povo, pela primeira vez, mais de uma música foi escolhida.
As músicas trazem perspectivas diferentes que refletem o futebol de uma maneira boa: o amor dos torcedores no futebol, uma homenagem ao desenvolvimento do futebol feminino e um retrato da vida como jogador de futebol feminino e coesão da equipe. Pelo Spotify, você pode conferir as músicas.
CONVOCAÇÃO
Treinador: Peter Gerhardsson
Por Elluh Ferreira
Fonte: Federação Sueca de Futebol
Dibradoras
ESPN