Jogadores e Comissão Técnica da Seleção Brasileira de 1970
Em pé: Rogério (Olheiro), Cláudio Coutinho (Preparador Físico), Parreira (Preparador Físico), Félix, Joel, Leão, Fontana, Brito, Clodoaldo, Zagallo (Técnico) e Admildo Chirol (Preparador Físico); Agachados: Mário Américo (Massagista), Rivellino, Carlos Alberto Torres, Baldocchi, Piazza, Everaldo, Paulo César Caju, Tostão, Marco Antônio e Ado; Sentados: Edu, Zé Maria, Dadá Maravilha, Gérson, Roberto Miranda, Jairzinho, Pelé e Nocaute Jack (Massagista). Técnico: Zagallo. Imagem: Site Futebol em fotos.
Copa do Mundo de 1970 – 31 de maio a 21 de junho
A 9ª edição da Copa do Mundo foi disputada no México, nas cidades de Guadalajara, León, Cidade do México, Puebla e Toluca e contou com a participação de 16 seleções de 4 continentes diferentes:
Europa: Alemanha Ocidental, Bélgica, Bulgária, Inglaterra, Itália, Romênia, Suécia, Tchecoslováquia e União Soviética.
América: Brasil, El Salvador, México, Peru e Uruguai.
Ásia: Israel
África: Marrocos
Pôster oficial – Imagem da internet
Considerada por muitos a melhor de todas as copas, 1970 foi marcada por alguns fatos interessantes, entre eles, ter sido a primeira Copa a ser transmitida em cores na televisão, contar pela primeira vez com a participação de El Salvador, Israel e Marrocos e não contar com a participação de seleções ilustres como Portugal, França, Argentina e Espanha. E nesta Copa, as substituições durante as partidas foram permitidas pela primeira vez na história.
Para o Brasil, a Copa de 1970 aconteceu no auge da ditadura militar, o que causou a exigência da troca de técnico. Após as eliminatórias, João Saldanha foi substituído por Mário Jorge Lobo Zagallo. Além disso, esta foi a última vez em Copas onde a Taça Jules Rimet foi entregue, ou seja, o Brasil a recebeu pela terceira vez e agora em caráter definitivo. Posteriormente a taça foi roubada de uma exposição no Rio de Janeiro, em 1983, e nunca mais foi recuperada.
Inglaterra (atual campeã), Alemanha Ocidental (com um título e atual vice), Brasil, Uruguai e Itália (bicampeãs mundiais), entraram como favoritas.
O Brasil, depois do fraco desempenho na Copa de 1966, se classificou invicto nas eliminatórias e levou na mala, muito mais do que a esperança do povo brasileiro: defenderiam nossas cores estrelas como Pelé, Jairzinho, Tostão, Rivellino, Gérson e Carlos Alberto Torres, que posteriormente teriam seus nomes eternizados em nossa história.
Trajetória
Primeira Fase
O Brasil caiu no grupo 3, juntamente com a atual campeã mundial. O duelo contra os ingleses foi um dos jogos mais emocionantes do torneio. Pelo equilíbrio da partida, o empate parecia um bom resultado, até que Pelé cabeceou certeiro no canto direito e correu para o abraço, mas o bom goleiro Gordon Banks fez uma defesa espetacular, que entrou para a história do futebol mundial como a “maior defesa de todos os tempos”. Depois, Jairzinho marcou para o Brasil e com o placar mínimo, derrotamos os ingleses. A seleção brasileira ainda enfrentou a Tchecoslováquia e venceu por 4×1, e na última rodada derrotou a Romênia por 3×2. Vencendo todas as partidas, o Brasil se classificou como primeiro de seu grupo e seguiu na competição ao lado dos ingleses.
Segunda Fase
Nas quartas de final, o Brasil enfrentou o Peru e venceu por 4 a 2, classificando-se com placar amplo, diante de um jogo bem equilibrado, com gols de Tostão (duas vezes), Rivellino e Jairzinho.
Semifinais
Esta fase foi marcada pela participação de 4 seleções campeãs mundiais. O Brasil enfrentou o Uruguai em uma revanche da final de 1950 e acabou levando a melhor. De virada, com o placar de 3×1 e gols marcados por Clodoaldo, Jairzinho e Rivelino, o Brasil passou de fase e ainda viu a estrela de Pelé brilhar, com uma atuação extraordinária do nosso rei. Porém, o jogo mais emocionante desta etapa foi entre italianos e alemães, que protagonizaram o histórico “Jogo do Século”, considerado assim por ter sido decidido na prorrogação e com 5 gols marcados nesta etapa, feito jamais superado em outras Copas e com a Itália se classificando para disputar a final contra o Brasil.
Final
A grande decisão, onde pela primeira vez dois bicampeões disputariam mais um título e a campeã tornar-se-ia a primeira seleção a conquistar três títulos mundiais, aconteceu no dia 21 de junho, no Estádio Azteca, na Cidade do México, com um público estimado em 108 mil pessoas. O árbitro da partida foi o alemão Rudolf Gloeckner.
O Brasil logo fez o primeiro gol, aos 18 minutos com Pelé. Mas aos 37, a Itália conseguiu o empate e a primeira etapa encerrou com equilíbrio entre as seleções e muito nervosismo dos torcedores. Porém, no segundo tempo, a seleção canarinho foi avassaladora! Aos 21 minutos, Gerson colocou novamente os brasileiros à frente no placar. Jairzinho ampliou aos 26 e Carlos Alberto Torres, nosso capitão, aos 41 minutos, decretou a goleada e a nossa conquista!
Imagem da internet
Mario Zagallo foi o primeiro homem da história a se tornar campeão como jogador, em 1958 e 1962, e como treinador, em 1970.
Pelé foi eleito o melhor jogador da Copa e cravou em sua história a conquista de 3 títulos das 4 Copas que disputou com a seleção brasileira, feito ainda não superado por outro atleta no mundo.
Imagem da internet
Com uma campanha impecável, a seleção brasileira foi campeã vencendo todos os jogos das eliminatórias e da Copa do Mundo. Foram 12 vitórias, 42 gols a favor e apenas 9 contra. Números que nos levaram ao tricampeonato mundial e fazem com que esta equipe seja apontada por muitos ainda hoje como “a melhor seleção de todos os tempos”!
Por Itauana Morgenstern